Empresário de Seia cria Museu do Queijo

A cidade de Seia vai ter um museu dedicado ao queijo, que surge por iniciativa de um empresário local que pretende contribuir para o aumento da oferta turística da região da Serra da Estrela.

O promotor do projeto, Ricardo Ramos, disse à agência Lusa que o Museu do Queijo de Seia envolve um investimento de cerca de 500 mil euros e deverá abrir este ano.

O museu abordará “diversas áreas” relacionadas com o queijo e com o território da Serra da Estrela”, e será um “museu vivo”, segundo o responsável.

Ricardo Ramos adiantou que o espaço museológico mostrará aspetos relacionados com o passado, mas também permitirá que os visitantes acompanhem “todo o ciclo relacionado com o queijo” na atualidade.

O novo espaço, que vai ocupar um piso do edifício do “Mercado do Queijo”, situado próximo do Museu do Pão, terá a designação de Museu do Queijo de Seia, mas também abordará outros aspetos da região da Serra da Estrela.

“Podemos encontrar áreas relacionadas com a fauna, com a flora, com a geografia, com as gentes, com a comunidade, com as tradições e, depois, temos como área principal a pastorícia e o queijo Serra da Estrela”, adiantou.

Na vertente da pastorícia, disse que serão abordados aspetos como as fardas dos pastores, a transumância, as histórias, as lendas e os lugares.

O museu, com uma área total de 600 metros quadrados, terá uma exposição permanente sobre o queijo e a Serra da Estrela, uma sala para exposições temporárias, uma cozinha beirã e uma queijaria tradicional que estará aberta aos visitantes.

No futuro complexo estarão expostos utensílios relacionados com a produção do queijo e a pastorícia (trajes dos pastores, campainhas usadas pelas ovelhas, ‘chavelhas’ em madeira que identificavam o rebanho de cada proprietário, etc.).

A título de exemplo, Ricardo Ramos indicou que uma das paredes ficará decorada com os desenhos que eram próprios de cada pastor da região.

O museu também vai ter elementos multimédia que proporcionarão ao visitante um autêntico ambiente serrano.

“Vão existir sons dos pastores a assobiarem para o rebanho, o berrar das ovelhas, os cabritos a irem ao encontro das mães, o cão a ladrar, o chover, o nevar, os pássaros, a fauna, vai haver um contexto serra [da Estrela] a partir do momento em que entramos para o museu. E, a partir desse momento, vamos abordar várias temáticas dentro do museu, para além do queijo”, disse à Lusa.

Ricardo Ramos diz que é sua intenção criar um “museu vivo” com possibilidade de as pessoas acompanharem, no terreno, as várias atividades pastoris e associadas ao queijo.

Pode ser “interessante” para os turistas, por proporcionar “uma abordagem mais cultural” de um produto [queijo da Serra da Estrela] que encontram nas prateleiras das lojas da região, frisa.

“Valorizar o produto, demonstrar como se faz, as particularidades, a origem, a confeção e as possibilidades de consumo do queijo” são ideias que estão na origem do projeto que vem juntar-se aos museus do Pão e do Brinquedo, que já estão em funcionamento na cidade de Seia.


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