Emprego e salvaguarda do património rupestre preocupam trabalhadores no Vale do Côa

Os 37 trabalhadores da Fundação Côa Parque alertaram hoje para a degradação da sua situação laboral. Os 37 trabalhadores da Fundação Côa Parque alertaram esta quarta-feira para a degradação da sua situação laboral, exigindo que o Estado acate com as suas obrigações de preservar o património rupestre daquela região, que é património mundial. «Os cortes […]

Os 37 trabalhadores da Fundação Côa Parque alertaram hoje para a degradação da sua situação laboral.
Os 37 trabalhadores da Fundação Côa Parque alertaram esta quarta-feira para a degradação da sua situação laboral, exigindo que o Estado acate com as suas obrigações de preservar o património rupestre daquela região, que é património mundial. «Os cortes de 30% anunciados pelo Governo colocam em causa a salvaguarda do património arqueológico do Vale do Côa, que é Património Mundial da Humanidade, para além de colocarem em risco mais de uma dezena de postos de trabalho», disse esta quarta-feira à Lusa José Branquinho, representante da Comissão de Trabalhadores da Fundação Côa Parque. A Comissão de Trabalhadores, acusa igualmente o Governo de não ter uma estratégia cultural para salvaguardar o património arquitetónico e arqueológico. A Côa Parque – Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa, foi constituída em março de 2011, depois de extinto o Parque Arqueológico do Vale do Côa. Menos de um ano depois da tomada de posse da sua direção a 16 de setembro de 2011, esta instituição foi ameaçada de extinção pela Resolução n.º 79A/2012, de 25 de setembro. «Numa clara demonstração de total falta de rumo para a gestão do Património da Humanidade do Vale do Côa, a fundação acabou por não ser extinta, sendo-lhe contudo aplicado um corte de 30% no seu orçamento (Resolução de Conselho de Ministros n.º 13-A/2013, de 8 de março», denunciou em comunicado a Comissão de Trabalhadores. Esta resolução, segundo os trabalhadores da fundação, vem tornar «insustentável uma situação já difícil», devido ao incumprimento dos fundadores na sua contribuição para o orçamento da instituição, ameaçando definitivamente a própria existência do Parque e Museu do Côa. «Repete-se a irregularidade no dia de pagamento dos salários aos trabalhadores e aprofundam-se os cortes ao nível das instalações e da segurança, que põem em causa a própria missão da fundação», alerta José Branquinho. «Por outro lado, a um nível mais geral, os sucessivos governos, têm negado a negociação de carreiras específicas neste setor, indispensáveis para o aumento da qualidade dos serviços prestados aos visitantes dos museus, palácios, monumentos, parques e sítios arqueológicos», acrescentou o dirigente sindical. Segundo José Branquinho, a falta de resposta que tem havido por parte dos sucessivos governos, relativamente à necessidade de regulamentação dos horários de trabalho, duração de trabalho, dias de descanso semanal e gozo dos feriados, são matérias em que os trabalhadores estão fortemente penalizados. A Fundação Côa Parque foi criada por decreto-lei em junho de 2010. O Museu do Côa foi inaugurado a 30 de julho de 2010 e abriu as suas portas ao público a 01 de agosto e custou cerca de 17 milhões de euros.

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