Eduardo Lourenço encara “muito mal” hipótese da saída de Portugal do Euro

Eduardo Lourenço falou à margem da conferência sobre “Portugal e o seu destino”, organizada pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI) por ocasião da passagem do seu 90.º aniversário. O filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço disse na passada sexta-feira na Guarda, que encara «muito mal» a hipótese da saída de Portugal do Euro, por considerar que o país […]

Eduardo Lourenço falou à margem da conferência sobre “Portugal e o seu destino”, organizada pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI) por ocasião da passagem do seu 90.º aniversário.
O filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço disse na passada sexta-feira na Guarda, que encara «muito mal» a hipótese da saída de Portugal do Euro, por considerar que o país já não tem «outros sítios para onde ir». «Fui das pessoas que acharam que a criação do Euro, mesmo se não foi muito bem feita, foi um passo para a ideia de uma Europa de um tipo novo. É verdade que isso trouxe consequências, não apenas positivas mas consequências negativas, mas a verdade é que eu imagino muito mal o que é que seria outra vez sairmos do Euro», disse Eduardo Lourenço. O filósofo, que falava à agência Lusa na Guarda, onde na sexta-feira terminou uma conferência sobre “Portugal e o seu destino”, organizada pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI) por ocasião da passagem do seu 90.º aniversário, disse que o país já não tem «domínios, outros sítios para onde ir». «Nós estamos na Europa e é na Europa que nós nos salvamos ou nos perdemos todos», afirmou, lembrando que a atual crise que assola Portugal e a Europa «não surgiu no espaço europeu». Apontou que a Europa «está a sofrer uma crise que foi importada do centro do sistema económico mundial, quer dizer, dos Estados Unidos» da América. Quanto ao futuro, Eduardo Lourenço acredita que Portugal sairá da crise económica, lembrando que o país «já tem atrás dele, quase 900 anos de país independente». «Um país que tem este passado, não tem razão para estar em pânico» em relação ao futuro, advertiu, indicando que a crise não é exclusiva de Portugal. «A crise que nós estamos a atravessar já não é uma crise que nós vivemos sozinhos, mas vivemos acompanhados. Há muita gente e muita gente boa connosco», disse o filósofo e ensaísta, no final da jornada que congregou, na cidade da Guarda, durante dois dias, pensadores e investigadores de diferentes áreas. Durante a iniciativa de debate e de reflexão em torno da obra de Eduardo Lourenço e da sua visão de Portugal, da Ibéria e da Europa, foram abordados temas como “A nau de Ícaro: diásporas e exílios”, “Heterodoxia: a cultura e as artes”, “Eduardo Lourenço revisitado” e “Portugal e o seu labirinto: economia e sociedade”. Participaram nos trabalhos, entre outros, Guilherme d´Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, José Gil, filósofo, Fernando Catroga, professor da Universidade de Coimbra, José Carlos Vasconcelos, advogado e diretor do Jornal de Letras, um dos fundadores da Visão, e João Tiago Lima, da Universidade de Évora.

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