A autarquia senense considera que medida «representa mais uma valorização do património» concelhio.
O edifício da Câmara de Seia, datado do século XVIII, foi classificado, na passada sexta-feira, como monumento de interesse público, medida que «representa mais uma valorização do património» concelhio, disse à agência Lusa fonte da autarquia.Segundo fonte da autarquia, «esta classificação vem sublinhar a importância histórica, arquitetónica e urbana do edifício [conhecido como ‘Casa das Obras’], bem como assegurar a proteção do mesmo e da sua envolvente”, disse o presidente da Câmara Municipal de Seia, Carlos Filipe Camelo. O autarca lembra que o imóvel classificado como monumento de interesse público, por portaria assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, hoje publicada em Diário da República, «constitui uma mais-valia patrimonial para o concelho de Seia, para os cidadãos do concelho e para os visitantes que deste modo reforçam o potencial do turismo cultural da cidade». «Convém saber que a ‘Casa das Obras’ é assim denominada pelas sucessivas intervenções que foram realizadas ao longo da sua existência», assinala Carlos Filipe Camelo, referindo que a autarquia a que preside, «ciente do valor patrimonial» do imóvel «remodelou recentemente todo o espaço interior, tendo em consideração as funções a que se destinam os seus espaços». A portaria refere que a classificação teve por base critérios «relativos ao caráter matricial do bem, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco e à sua conceção arquitetónica e urbanística». A “Casa das Obras” localiza-se no largo doutor António Borges Pires, no centro da cidade de Seia, e a sua designação ficará a dever-se às diversas intervenções que sofreu ao longo da sua existência, desde a construção original. Situa-se em um planalto «sobranceiro ao vale do Mondego, diante de um recinto pavimentado que confere maior nobreza ao solar onde hoje funcionam os Paços do Concelho de Seia, e cujo projeto, segundo tradição que nenhum documento comprova, terá sido oferecido pelo Marquês de Pombal», refere a portaria hoje publicada. «O imponente edifício configura um típico exemplar de arquitetura civil barroca de caráter senhorial, com extensa e aparatosa fachada desenvolvida horizontalmente, num movimento compensado pelas pilastras verticais que definem os panos murários», acrescenta. O interior «conserva um átrio revestido por lajeado de granito e molduras azulejares, bem como algumas paredes e tetos pintados». A “Casa das Obras” passou por diversas vicissitudes, desde a instalação do quartel-general de Wellington, em 1810, até ao incêndio desencadeado durante a 3.ª Invasão Francesa, lembra. No documento é ainda referido que «as campanhas de obras realizadas ao longo dos séculos XIX e XX alteraram parte da organização interior do edifício, mas não invalidaram o seu valor patrimonial nem o impacto arquitetónico da sua estrutura pombalina, que contribui para a nobilitação desta zona central de Seia, onde em tempos se ergueu o castelo da localidade».