“É preciso colocar o dedo na ferida”

Santinho Pacheco considera que “é fundamental perceber o que falhou no passado”O governador civil da Guarda, Santinho Pacheco, anunciou, no final da primeira reunião da Comissão Executiva do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Rural do Distrito, que o principal desafio é “perceber como é que se deixou chegar a esta situação de abandono e de […]

Santinho Pacheco considera que “é fundamental perceber o que falhou no passado”O governador civil da Guarda, Santinho Pacheco, anunciou, no final da primeira reunião da Comissão Executiva do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Rural do Distrito, que o principal desafio é “perceber como é que se deixou chegar a esta situação de abandono e de descrédito da agricultura” para, posteriormente, apostar na “reaproximação das pessoas à terra”.

A primeira reunião da Comissão Executiva do Plano Estratégico do Desenvolvimento Rural do distrito da Guarda foi “uma conversa informal em que se procurou traçar um diagnóstico da situação que se vive, actualmente, na Guarda”.

“O primeiro desafio desta Comissão é chegar a um diagnóstico, perceber onde é que se falhou e onde é que se pode emendar os erros do passado. Precisamos de encontrar respostas, mas, para isso, temos de colocar o dedo na ferida e precisamos de ter coragem para mexer em algumas coisas”, frisou o Governador.

Para Santinho Pacheco, apostar nas aldeias pode ser uma das soluções para promover uma “maior dinâmica económica no Distrito.” E isso, só é possível se se encontrarem estratégias para “potencializar as aldeias e, posteriormente, torná-las num destino turístico atractivo para segundas habitações”.

“Esta potencialização é muito importante uma vez que recupera património, as casas vão se recuperando, gera-se economia, através das vendas dos terrenos e das casas, e, também, se promove o emprego porque essas casas precisam de ser tratadas”, sublinhou Santinho Pacheco.

“É imperativo reaproximar as pessoas das terras”

Numa semana em que se ficou a saber que a Delphi da Guarda vai fechar portas no final do ano, enviando mais de 300 funcionários para o desemprego, Santinho Pacheco salientou a importância de reaproximar as pessoas das terras “tanto para a autoprodução como para o comércio”.

“Preocupa-me que não haja uma apetência para o regresso à terra. A profissão agrícola foi, durante anos, estigmatizada porque as pessoas gostavam de imitar a vida à moda da cidade. Esse tempo acabou. Temos que reaproximar as pessoas das terras, de maneira a que a autoprodução seja vista como um forma de reduzir a factura mensal”, referiu o representante do Estado no distrito da Guarda.

Na opinião de Santinho Pacheco, e tendo em conta a actual conjuntura económica que a Europa atravessa, tem que haver uma “mudança de comportamentos porque não é possível continuar com a linguagem de facilitismo com que se tem enganado as pessoas”. É aqui que entra o papel do Estado.

“Tem que haver medidas de incentivo. Já não é possível continuar a vender às pessoas um mundo que não existe. Temos que mudar mentalidade e mostrar que tanto é possível viver-se como empresário agrícola como em outro qualquer sector de actividade”, concluiu Santinho Pacheco.

A Comissão Executiva do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Rural do distrito da Guarda tem agendada outra reunião para “depois das férias”, devendo ser apresentados, nessa altura, “um conjunto de estudos complementares que vão permitir delinear um diagnóstico mais substancial da situação”.

Por: André Sousa Martins


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