Desemprego nacional vai cair mais que o previsto diz OCDE

O desemprego vai descer mais do que se previa há um mês, diz a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

No estudo sobre as perspetivas económicas dos países mais ricos (Economic Outlook), hoje divulgado, a OCDE reafirma em traços gerais o diagnóstico que fez sobre Portugal no final de outubro, a quando da apresentação do relatório específico sobre Portugal, mas considera que há margem para o desemprego descer mais do que o esperado.

De acordo com as novas projeções, a taxa de desemprego vai descer de 13,7% da população ativa este ano para 12,8% no próximo e 12,4% em 2016. Há um mês, as previsões eram 14,1%, 13,3% e 13%, respetivamente.

O Governo, no OE/2015, espera 13,4% de desemprego no ano que vem.

A OCDE mantém o ritmo da retoma, com a economia a avançar 1,3% no ano que vem e 1,5% em 2016, dinâmica que será suportada pelas exportações líquidas ao contrário do que sucederá este ano, em que as trocas comerciais até prejudicaram o PIB. O consumo público será a única variável do PIB em contração, mas menos do que se estimava há um mês: cairá 0,8% em 2015 em vez de 1%.

No entanto, a OCDE repete uma série de avisos. Diz que o desemprego, embora desça, continua em níveis “elevados, colocando travando aumentos de salários e de preços”. A retoma será “lenta”.

A organização liderada por Angel Gurría alerta que em matéria de pobreza e de desigualdade Portugal é um dos piores no grupo dos 34 países desenvolvidos. “Para reduzir a pobreza e a desigualdade, o impacto redistributivo do sistema de prestações sociais deve ser fortalecido de uma forma neutral do ponto de vista orçamental”.

Portugal endividado viola meta do défice

A OCDE reitera ainda o que disse há um mês: que Portugal irá violar a meta acordada para o défice público (2,9% em vez dos 2,7% anunciados pelo Governo), que os riscos que pairam sobre o país continuam a ser sobretudo negativos.

A dívida pública e privada continuam a ser uma das suas maiores fragilidades caso ocorra outra vez uma crise financeira e avisa que “o setor bancário continua frágil” devido aos altos rácios de malparado e aos níveis demasiado elevados de dívida empresarial.

Espanha pode ajudar

Apesar dos níveis de desemprego massivos da economia espanhola, a OCDE diz que o país até poderá ajudar Portugal a ter uma retoma mais forte.

No estudo hoje divulgado, lê-se que “uma procura mais forte em Espanha é um risco positivo, uma vez que continuará a ser o principal destino das exportações de Portugal”.

A OCDE estima uma retoma mais forte para o próximos dois anos na economia vizinha. Este ano o PIB deve crescer 1,3%, reforça com 1,7% no próximo e com 1,9% em 2016. Em todo o caso, o desemprego nunca descerá abaixo dos 21%.


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