A taxa de desemprego em Portugal subiu para 16,9% no quarto trimestre do ano passado, anunciou hoje o INE.
No final do ano passado a taxa de desemprego situou-se em 16,9% da população ativa, um novo máximo histórico desde que a série estatística começou a ser complicada. De acordo com os dados do desemprego relativos ao quarto trimestre de 2012, publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre outubro e dezembro estavam no desemprego pouco mais de 930,2 mil portugueses. Os números do último trimestre colocam a taxa de desemprego média do ano passado em 15,7%, mais duas décimas do que a previsão do Governo e da ‘troika’. Mas o mais preocupante é a tendência, uma vez que o desemprego continua a subir e os 16,9% do final de 2012 são superiores à previsão para o conjunto de 2013, que se situa nos 16,4%. Ou seja, para a previsão do Executivo para este ano se concretizar, será necessário que o desemprego comece a descer já este ano, de forma significativa. Algo que não será fácil até mesmo tendo em conta o cenário base do Governo, em que a atividade económica só deverá começar a recuperar, de forma ligeira, a partir do terceiro trimestre – e o desemprego reage sempre com algum desfasamento face à evolução da economia. O número de desempregados em Portugal aumentou em 154 mil entre 2011 e 2012, valor inferior à quebra verificada no emprego. Algo que se explica pelo facto de a população ativa ter diminuído em quase 50 mil pessoas, à medida que muitos portugueses começaram a sair do país à procura de soluções, enquanto outros deixaram pura e simplesmente de procurar emprego – não contando, por isso, para as estatísticas. Nesse sentido, a taxa de desemprego jovem subiu para 37,3% no ano passado, face aos 30,1% que se registavam em 2011. E o desemprego de longa duração vale já pouco mais de 54% do desemprego total.