Jorge Vaz Gomes recebe menção honrosa no IndieLisboa 2016

Natural da Guarda, o artista plástico de fotografia e vídeo foi agraciado com uma menção honrosa pelo Júri Árvore da Vida do 13º Festival Internacional de Cinema Independente – Indie Lisboa, no seguimento do trabalho “Jean-Claude”.

“Jia/The Family”, de Shumin Liu (longas metragens) e Nueva Vida, de Kiro Russo (curtas metragens), foram os vencedores da Competição Internacional do IndieLisboa 2016.

Na Competição Nacional, o prémio para Melhor Longa Metragem Portuguesa foi entregue a “Treblinka”, de Sérgio Tréfaut e o prémio para Melhor Curta Metragem Portuguesa a “The Hunchback”, de Gabriel Abrantes e Ben Rivers.

O filme vencedor do prémio especial do júri foi “Kate Plays Christine”, de Robert Greene.

Jorge Vaz Gomes, que foi distinguido com uma menção honrosa pelo Júri Árvore da Vida, pelo trabalho em “Jean-Claude”, tem vindo a trabalhar como cineasta, fotógrafo e editor durante os últimos oito anos, trabalhando em drama e comédia de ficção para a televisão por cabo e plataformas de internet, bem como vários documentários, vídeos de música e publicidade. Participou em várias exposições de fotografia coletivas e teve a sua primeira exposição individual no Teatro Municipal da Guarda em 2013, com a obra “Demons”. De 2011 a 2013, escreveu e dirigiu uma emissão com base semanal em um canal português chamado “Canal Q”, na forma de um curta-metragem, o primeiro chamado de “O Enviado Especial” e, mais tarde chamado de “Repórter Mudo”. Também dirigiu outros filmes curtos, tais como: “Sobre a mesa”, de 2010; “A encomenda”, de 2011 e “The Block” 2015.

Jorge Vaz Gomes revelou ficar surpreendido com a distinção, entregue na cerimónia de encerramento do IndieLisboa, realizada no passado domingo.

“Não estava à espera disto, estou um bocado nervoso, não ganhava um prémio desde a altura em que tinha 11 anos e ganhei um concurso de poesia organizado pelas escolas do distrito da Guarda. Este filme de que trata o prémio, Jean-Claude, também fala do outro lado do espelho, são cerca de 50 pequenos vidros espelhados, negativos, que guardaram o outro lado do mundo, aquele que nos anos 30 teimava em desaparecer numa prestes a ser devastada Europa. Uma Europa de mortes, de fugas, de atrocidades, de refugiados. Muito parecido com o que se passa ali ao lado, no vizinho Médio-Oriente, que afinal começa onde acaba a Europa, só as separa um nano-nano-qualquer coisa. E hoje os refugiados tentam vir para a Europa pacífica, para este lado do espelho, onde apesar de tudo é possível comer e não ter um medo constante de morrer pelo metal. Alguém já partia esses espelhos todos, a ver se entrava mais gente. Não é só o projeto Europeu que falha quando não conseguimos receber estes refugiados, é o projeto da Humanidade.”

Deixou ainda “um sincero agradecimento ao IndieLisboa pela oportunidade, ao júri pelo prémio e ao público pelo apoio.”

O IndieLisboa é um festival de cinema internacional e generalista. Desde 2004 que cidade e público o recebem de braços abertos. Todos os anos, durante 11 dias, o IndieLisboa oferece ao público português a oportunidade excepcional de ver filmes portugueses e estrangeiros de todos os géneros (ficções, documentários, animações, filmes experimentais, entre longas e curtas metragens), que não poderão ser vistos de outra forma, uma vez que não integram, na sua maioria, os chamados circuitos comerciais de distribuição.


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