“Se não vier a ser criada nenhuma régie cooperativa, porque nós não queremos impor nenhum modelo (…), se esse não for o caminho, e quero com isso abrir o debate durante o ano de 2017, se isso não for entendido como a melhor via, no mínimo, deve ser criado no âmbito do TMG aquilo que vulgarmente se chama um conselho de opinião ou um conselho estratégico”, admitiu hoje o autarca.
Álvaro Amaro, que falava na conferência de imprensa de apresentação da programação do TMG para os meses de janeiro, fevereiro e março, lembrou que a autarquia apresentou “há alguns meses” um anteprojeto de uma hipotética criação de uma régie cooperativa para gestão daquele complexo cultural.
A proposta seria para “dar ainda mais força, dar ainda mais substância à participação das instituições, das associações, das coletividades” locais na gestão do TMG, não abdicando a autarquia da sua responsabilidade, “seja no financiamento, seja na sua gestão”.
Como ainda não há decisão em relação à régie cooperativa, admitiu que a outra possibilidade passará pela eventual criação de um conselho estratégico “formado pelas instituições” e que periodicamente “se possa reunir com a programação, com a equipa, com o município”, para discussão se não do “caminho em absoluto” do Teatro, “pelo menos algumas partes desse caminho”, para tornar “ainda mais democratizado o uso e a prática cultural na Guarda”.
A intenção de Álvaro Amaro foi manifestada após o município ter procedido à extinção, no âmbito da lei sobre o setor empresarial local, da empresa municipal Culturguarda, que fazia a gestão do complexo do TMG, e de ter internalizado o serviço e os trabalhadores.
Na conferência de imprensa, o autarca da Guarda recordou ainda que em 2013, quando discutiu o futuro do TMG, defendeu que a letra M de municipal passasse a ser “a letra N de Teatro Nacional”: “É bom que a Guarda mantenha esta ambição”.
“O que dissemos era que era preciso trilhar caminhos tendentes a que o país e o Governo do país, fosse ele qual fosse, pudesse olhar, constatar, que na Guarda e a partir da Guarda, no TMG e a partir do TMG, se desenvolvia um cartaz culturalmente rico e suficientemente forte para [que] os governos pudessem olhar para este território do interior do país com uma capacidade de oferta cultural verdadeiramente de grande qualidade, seja porque oferecemos esse cartaz, seja porque fomentámos o associativismo cultural”, justificou.
Lembrou ainda que a aposta da autarquia naquele equipamento traduziu-se na subida da afluência de públicos.
“E é nesse sentido que eu não deixarei de continuar a estimular o quadro cultural da Guarda e o mundo associativo da Guarda para cooperarem cada vez mais com o município em relação àquilo que de melhor se pode ter e se pode fazer no TMG”, disse.