Eduardo Lourenço considera Luís Sepúlveda um escritor de “reputação mundial”

O ensaísta Eduardo Lourenço considerou hoje, na Guarda, que o escritor chileno Luís Sepúlveda, galardoado com a edição 2016 do prémio com o seu nome – Eduardo Lourenço -, é um escritor de “reputação mundial”.

“O escritor escolhido é um grande escritor de reputação mundial. Portanto, é de facto muito grato, que a comissão [o júri do prémio] o tenha escolhido a ele, entre outras pessoas [contempladas em anos anteriores], para receber este prémio”, disse Eduardo Lourenço aos jornalistas, no final da cerimónia da entrega do Prémio Eduardo Lourenço 2016, realizada na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda.

Eduardo Lourenço disse ainda que Luís Sepúlveda é “um autor de craveira mundial”. “O que é que eu posso dizer mais?”, rematou.

“Comoveu-me muito esta ideia de que, num certo ano, quando eu fui para Hamburgo, que lhe ofereceram o meu livrinho que tinha acabado de sair há pouco tempo. Esta história para mim é totalmente inédita e quase incompreensível, parece uma história da ‘Carochinha’, mas é uma história muito bonita”, afirmou.

Eduardo Lourenço referia-se ao episódio contado por Luís Sepúlveda que, quando esteve no exílio, em Hamburgo, um amigo lhe ofereceu o livro “Heterodoxia”, da sua autoria, publicado em 1949, que tinha sido escrito “por um professor de Português”, que passara por aquela universidade.

O Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 7.500 euros, este ano, foi atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), com sede na cidade mais alta do país, ao escritor chileno Luís Sepúlveda, autor de livros como “O Velho Que lia Romances de Amor” e “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, entre outros.

Luís Sepúlveda é o vencedor da 12.ª edição do galardão que distingue personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica.

O Prémio Eduardo Lourenço teve a sua primeira edição em 2004 e já distinguiu várias personalidades de relevo de Portugal e de Espanha.

As anteriores edições contemplaram Maria Helena da Rocha Pereira (professora Catedrática de Cultura Greco-Latina, Agustín Remesal (jornalista), Maria João Pires (pianista), Ángel Campos Pámpano (poeta), Jorge Figueiredo Dias (professor Catedrático de Direito Penal), os escritores César António Molina, Mia Couto e Agustina Bessa-Luís, José María Martín Patino (teólogo), Jerónimo Pizarro (professor e investigador) e Antonio Sáez Delgado (professor e investigador).

O CEI foi criado a partir de um desafio lançado por Eduardo Lourenço, natural de São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.

Surgiu em resultado de uma parceria que envolveu inicialmente a Câmara Municipal da Guarda e as Universidades de Coimbra e de Salamanca e, mais tarde, o Instituto Politécnico local.


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