Cuidados Intermédios de Cardiologia da Guarda fecharam porque não funcionavam segundo a ULS

Segundo Isabel Coelho, essas camas estão agora “localizadas no serviço de Unidade de Cuidados Intensivos onde há médicos 24 horas por dia”.

A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda disse ontem que as camas da Unidade de Cuidados Intermédios de Cardiologia do hospital local fecharam no dia 01 de julho porque “não estavam a funcionar”.

A presidente do Conselho de Administração da ULS/Guarda, Isabel Coelho, falou do assunto na intervenção que proferiu nas conferências da Guarda sobre “Saúde XXI para a coesão territorial”, organizadas pela Câmara Municipal.

Dirigindo-se ao presidente da autarquia, Álvaro Amaro, a responsável disse-lhe que “não fique assustado” pelo fecho “das quatro camas dos Cuidados Intermédios de Cardiologia porque “elas não estavam a funcionar como tal”.

“Já houve tempos, quando tivemos muitos cardiologistas que funcionaram como, inclusivamente, Unidade de Coronária. Chegaram a funcionar como [serviços] intermédios. Hoje em dia eram uma extensão da Cardiologia sem significado”, justificou.

Segundo Isabel Coelho, essas camas estão agora “localizadas no serviço de Unidade de Cuidados Intensivos onde há médicos 24 horas por dia”.

“E, aí sim, estamos a prestar um bom serviço ao doente e não a deixar doentes num serviço de Cardiologia onde só temos dois médicos, onde é humanamente impossível com eles assegurar 24 sobre 24 horas”, disse.

A presidente da ULS explicou ainda que a medida foi tomada “sempre pensando no bem do utente”.

A ULS da Guarda anunciou, na segunda-feira, que foi “temporariamente ajustada a oferta assistencial” no Hospital de Sousa Martins com a redução de 16 camas em vários serviços e o encerramento da Unidade de Cuidados Intermédios de Cardiologia.

A medida foi tomada “para fazer face à escassez de recursos humanos agravada pela redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas, desde dia 01 de julho de 2018, e para não colocar em causa a qualidade e segurança dos cuidados a prestar aos doentes”.

A ULS/Guarda reduziu quatro camas no serviço de Cirurgia, igual número no serviço de Ortopedia, seis camas no serviço de Pneumologia, uma de Otorrinolaringologia e outra cama de Oftalmologia, e procedeu à “deslocalização das restantes seis camas para próximo do serviço de Ginecologia”.

A fonte referia que “não foi necessário ajuste nos tempos cirúrgicos nem nas Consultas Externas” e garantia que “não há serviços hospitalares em risco de fechar”.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, que na terça-feira se mostrou “muito” preocupado com a decisão, disse hoje aos jornalistas que, após as explicações da presidente da ULS, não ficou descansado relativamente ao assunto.

“Institucionalmente custa-me a aceitar que tenha que ter ouvido aqui [na conferência promovida pela autarquia] uma explicação pública, quando acho que seria preferível, julgo eu, que, sendo presidente da Câmara, acho que era de elementar justiça que me tivessem informado que iam fechar estes serviços (…) para que depois a própria ULS ou a Câmara desse públicas explicações”, declarou.

Para o autarca, a ULS não pode explicar as razões da medida numa conferência, reconhecendo que “deve explicar à população e devia ter explicado previamente ao presidente da Câmara” e aos órgãos eleitos.


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