Questionada pelos jornalistas sobre a possibilidade de Portugal não ser incluído na lista de países considerados seguros, nomeadamente pelo Governo britânico, Jamila Madeira afirmou que o Governo tem trabalhado para que a “observação” da realidade portuguesa “seja vista como ela é, dinâmica”.
Após uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), a propósito da aquisição de 30 novos ventiladores, a governante afirmou que “cabe às autoridades e a todos os portugueses” terem um comportamento que “permita às autoridades diplomáticas e de saúde “demonstrar com números” aos outros estados a realidade e a “confiança que podem também transmitir aos seus cidadãos”.
Jamila Madeira garantiu que, em termos diplomáticos e, também, de saúde, “todos os dias é feito um esforço de demonstrar, explicar e propor qualquer ajuste” que seja necessário fazer para “garantir a segurança de qualquer cidadão que venha de outro país, porque são aqui bem acolhidos, tão bem como os portugueses”.
O governo britânico divulga hoje a lista de países que serão incluídos nos primeiros “corredores aéreos” com o Reino Unido a partir do início de julho, havendo ainda dúvidas quanto à inclusão de Portugal.
O Governo britânico está a avaliar a criação de “corredores de viagem” com uma série de destinos para que os britânicos possam ir de férias sem precisar de cumprir a quarentena de 14 dias no seu regresso ao Reino Unido atualmente em vigor.
Na sexta-feira, o ministro da Administração Interna português, Eduardo Cabrita, disse que “não há nenhuma razão” para a aplicação de quarentena no regresso ao Reino Unido, mas não quis antecipar o anúncio do Governo britânico sobre o corredor aéreo com Portugal.
Portugal é um dos países que tem manifestado interesse em negociar um “corredor aéreo” com o Reino Unido para poder receber turistas britânicos, que representaram quase 20% do total em 2019.
Relativamente à nomeação de um novo conselho de administração para o CHUA, cujo mandato terminou em dezembro de 2019, Jamila Madeira remeteu o anúncio para a sua publicação em Diário da República, numa “decisão que cabe à ministra da Saúde”.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 500 mil mortos e infetou quase 10,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.564 pessoas das 41.646 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.