Covid-19: Detido dono de restaurante que servia refeições em Aguiar da Beira

A GNR deteve hoje um homem de 52 anos pelo crime de desobediência, por estar a servir refeições num restaurante sem ser em regime de ‘take-away’, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda.

Segundo fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda, o homem foi detido por militares do Posto Territorial de Aguiar da Beira, pelas 13h40, por incumprimento das normas estabelecidas no estado de emergência.

A fonte adiantou à agência Lusa que o restaurante “estava a servir refeições”, mesmo depois de o proprietário ter sido notificado pelas autoridades policiais de que só podia confecionar refeições para ‘take-away’ ou entrega ao domicílio.

O homem foi detido pela GNR e depois libertado, e o expediente vai ser remetido para o Tribunal Judicial de Trancoso.

A GNR adianta tratar-se do primeiro caso de desobediência, por este tipo de situação, que é registado no distrito da Guarda desde a entrada em vigor do estado de emergência nacional devido à pandemia covid-19.

PSP e GNR detiveram quase 50 pessoas por violação do estado de emergência desde dia 03

A PSP e a GNR detiveram desde 03 de abril quase meia centena de pessoas por violarem as restrições em vigor no estado de emergência para conter a pandemia da covid-19, afirmaram hoje responsáveis daquelas forças.

Em conferência de imprensa conjunta realizada no Ministério da Administração Interna, o superintendente Luís Elias, da PSP, afirmou que a polícia deteve 33 pessoas por violação das disposições do decreto que impôs o estado de emergência.

Dez pessoas foram detidas pela PSP por violarem a obrigação de confinamento por estarem doentes, 18 por violarem o dever geral de recolhimento em casa e as restantes por manterem estabelecimentos comerciais abertos sem poderem.

A GNR deteve 16 pessoas, nove fora da cerca sanitária do concelho de Ovar e sete dentro daquele perímetro, disse o diretor de operações da GNR, Vítor Rodrigues, especificando que houve cinco detenções por violação do dever de confinamento, duas por violação do dever de recolhimento e outras duas por terem estabelecimentos abertos.

Para a operação conjunta “Páscoa em Casa”, das 00:00 de 09 de abril até às 24:00 de 13 de abril, os cerca de 35 mil militares da GNR e agentes da PSP que têm estado a vigiar o cumprimento das normas do estado de emergência vão concentrar-se nas principais vias rodoviárias de acesso ao norte e ao sul do país, bem como terminais de transportes e entradas das principais cidades, acompanhando idosos e vítimas de violência doméstica.

A operação estará em vigor no continente e nas regiões autónomas e visa fazer cumprir as disposições do estado de emergência: o dever de confinamento para pessoas doentes, de recolhimento em casa para a população em geral, impedimento de viagens para fora dos concelhos de residência, salvo situações de exceção, e das deslocações em geral, exceto nas situações previstas no decreto, como ir trabalhar.

Luís Elias defendeu que é preciso que “todos cumpram” e evitem sair de casa, admitindo que vai ser “uma Páscoa diferente” para os portugueses.

A PSP será responsável pelos Açores e Madeira, pelas capitais de distrito do Continente, as principais cidades e suas entradas e saídas, espaços públicos como jardins, praças, orlas costeiras e zonas fluviais para evitar aglomerações de pessoas.

“Era importante que não destruíssemos hoje o que fomos capazes de construir ontem”, acrescentou Vítor Rodrigues, da GNR, que se vai concentrar “nas redes rodoviárias mais importantes de acesso ao norte e ao sul” e a regiões como a Serra da Estrela e o Algarve.

A GNR vai também manter contacto com idosos isolados, nomeadamente pelo telefone.

Vítor Rodrigues referiu que numa altura em que se multiplicam homenagens aos profissionais de saúde na linha da frente do tratamento das pessoas doentes, “a melhor homenagem é ser disciplinado e ficar em casa”.

Portugal, onde os primeiros casos de covid-19 confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.


Conteúdo Recomendado