Consórcio da UBI com Aveiro e Coimbra assinado até junho

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As universidades da Beira Interior, Aveiro e Coimbra vão passar para o papel, nos próximos meses, o acordo que resultará na criação de um consórcio entre as três instituições da região Centro.

Pela primeira vez, o Conselho Geral da Universidade da Beira Interior abriu as portas à comunidade. A manhã de sexta- feira, dia 27, foi uma oportunidade para os elementos da academia perceberem como funciona o órgão máximo da instituição. No momento de informar os conselheiros das últimas iniciativas da UBI, o reitor falou de contas e do consórcio que está a ser trabalhado com as universidades de Aveiro e Coimbra.

As universidades da Beira Interior, Aveiro e Coimbra vão passar para o papel, nos próximos meses, o acordo que resultará na criação de um consórcio entre as três instituições da região Centro. O texto do protocolo encontra-se em elaboração e o documento deverá ser assinado até final do primeiro semestre deste ano, de acordo com o que foi avançado pelo reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), António Fidalgo, na reunião do Conselho Geral da última sexta-feira dia 27.

O responsável máximo da instituição de Ensino Superior da Covilhã aproveitou o período em que presta informações aos conselheiros para abordar um tema que tem sido falado nos últimos meses e na sequência de um convénio semelhante rubricado a norte. A futura ligação – que está, neste momento, a receber contributos das universidades envolvidas, especificou António Fidalgo – terá contornos parecidos com a UNorte.pt, estabelecida no início do ano entre as universidades do Minho, Porto e Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

O diálogo contou com a participação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C), que teve um papel ativo nas conversações entre Aveiro, Beira Interior e Coimbra. “Os reitores das três universidades têm reunido com regularidade na CCDR-C com a presidente Ana Abrunhosa”, explicou António Fidalgo, acrescentando que considera benéfico, tal como os outros dois reitores, que se chegue a um acordo semelhante ao que aconteceu no Norte.

Há três diretrizes a orientar o convénio – “capacitação, internacionalização e empreendedorismo” que pretendem aprofundar a cooperação “em vista a um melhor aproveitamento das verbas disponíveis no Portugal 2020 e mais concretamente no Centro 2020”.

O protocolo é descrito como “semelhante a tantos outros que são rubricado pelas universidades”, até com entidades estrangeiras, e não implicará uniões mais aprofundadas. Nomeadamente o dossiê sempre sensível das fusões. António Fidalgo esclareceu os conselheiros e o público, naquela que foi a primeira reunião aberta do Conselho Geral, que “a criação de um consórcio à semelhança da UNorte, nada tem a ver com a fusão das universidades envolvidas e deve ser salientado devido às confusões que se fazem e têm vindo a ser feitas sobre o tema”. Estes consórcios, “em termos de lei, não têm qualquer vinculação, neste momento”.

UBI SUBFINANCIADA

Ainda durante o período de informações, o reitor da UBI falou de contas. Tal como em outras ocasiões, António Fidalgo salientou que as transferência do Orçamento Geral do Estado “são insuficientes” e há um “subfinanciamento crónico da UBI”.

O reitor deu conta de reuniões que têm sido mantidas com a tutela onde participaram o vice-reitor Mário Raposo e o administrador Vítor Mota. Apesar de se saber que não haverá alterações da parte do Governo no envelope financeiro que toca às instituições de Ensino Superior, os responsáveis da Beira Interior estão a tentar “que as dotações sejam pelo menos suficientes para cobrirem as despesas de funcionamento”.

Já no que toca à nova fórmula de financiamento que está a ser trabalhada, António Fidalgo considera que pode beneficiar a Universidade da Beira Interior.

“Tenho vincado sempre a necessidade do financiamento das instituições ser feito não apenas tendo em atenção o histórico, como acontece desde 2006, reivindicando sempre o financiamento mediante uma fórmula. Neste aspecto, avançou-se bastante e aí é de louvar o esforço do atual secretário de Estado do Ensino Superior, porque apresentou ultimamente um modelo que constitui, até ao presente, o documento mais sólido sobre o tema”, explicou.

De acordo com os números avançados pelo dirigente da UBI, a academia covilhanense “poderá ter um aumento de financiamento na ordem dos 20 por cento, face ao modelo atual”. Desde 2007 – altura em que a UBI recebia cerca de 28 milhões da tutela – até à atualidade, as transferências do Orçamento Geral do Estado baixaram mais de sete milhões.


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