Para isso, conta com uma parceria com a Universidade Federal da Bahia, do Brasil, e com o foco no desenvolvimento da região.
A cultura é o elemento central de um evento internacional que é o primeiro passo de uma estratégia que pretende colocar a Universidade da Beira Interior (UBI), como uma instituição de excelência na reflexão desta área. O Congresso Internacional “Culturas em Movimento” começou ontem, terça-feira, dia 28, e prolonga-se até quinta-feira, unindo duas instituições de Ensino Superior – UBI e Universidade Federal da Bahia (UFBA) – e a região onde está sedeada a academia covilhanense.
Esse ponto da estratégia esteve presente na sessão de abertura do Congresso, organizado no seio do curso de Ciências da Cultura. Na mesma mesa estavam não só responsáveis da UBI – o reitor António Fidalgo e o presidente da Faculdade de Artes e Letras, Paulo Serra –, e da UFBA, mas igualmente responsáveis autárquicos de três câmaras da Cova da Beira: o presidente da autarquia de Belmonte, Dias Rocha, os vereadores com a pasta da cultura, Jorge Torrão e Alcina Cerdeira, respetivamente, da Covilhã e Fundão.
“A Universidade não se pode esquecer que tem uma implantação regional que é indiscutível. Essa inscrição numa região é uma das grandes forças e um dos pilares da sua afirmação”, salienta Urbano Sidoncha, elemento da Comissão Executiva do “Culturas em Movimento”.
Esta ligação já foi concretizada com a realização de oficinas, na Covilhã, onde agentes culturais de várias áreas fizeram diagnósticos e definiram soluções para um território, onde existe um potencial que pode ser explorado. “O grande desafio que a cidade e região têm é definir as prioridades e dar-lhes densidade. Uma das prioridades está definida. É a cultura. Torna-se necessário definir estratégias e procedimentos, para que se possa caminhar para projetos mais tangíveis”, refere o docente da UBI.
É também em torno desta reflexão que se construiu o programa do Congresso, promovido em parceria com a UFBA, instituição brasileira com quem a UBI tem uma cooperação científica ao nível do curso de Ciências da Cultura.
A definição do conceito que perpassa todo o evento é um dos propósitos, mas feita uma forma abrangente. A ideia de culturas em movimento pretende criar uma abordagem eclética e flexível para trabalhar vários dos subtemas “que hoje são fundamentais quando se pensa em cultura”, sublinha Urbano Sindoncha, lembrando as temáticas que estarão em análise, como “as indústrias culturais e criativas, a questão do género e da sexualidade – que é uma questão muito premente e que importava discutir –, e a relação da cultura com os media”. Uma amplitude de temas que “permite perspetivar a cultura sobre várias vertentes e todas elas convergentes”, acrescenta.
E a partir deste congresso pode dar-se o fortalecimento da UBI como instituição referência nesta reflexão, como explica Urbano Sindoncha: “A UBI pode ser na área da cultura o que outras universidades são noutras áreas científicas. Uma universidade de referência, um centro de excelência. E este Congresso tendo em conta a sua envolvência, amplitude temática e a valia científica das pessoas que acolhe é um pedra angular, é um momento de arranque fundamental nesta estratégia”.
Até à Sessão de Encerramento, marcada para quinta-feira, às 18h15, estão previstas várias sessões plenárias e paralelas, uma das quais – hoje, quarta-feira, dia 28, com a presença do antigo ministro da Cultura socialista, Guilherme d’Oliveira Martins.