Confraria vai incentivar utilização da urtiga na alimentação

Fornos de Algodres Uma Confraria dedicada à urtiga vai ser constituída em Fornos de Algodres para promover o consumo daquela planta selvagem em sopas, sobremesas e na confecção de queijo da Serra da Estrela.A Confraria Gastronómica da Urtiga será formalizada em Maio, durante a realização das 4ºas Jornadas de Etnobotânica, organizadas pela Terras de Algodres […]

Fornos de Algodres

Uma Confraria dedicada à urtiga vai ser constituída em Fornos de Algodres para promover o consumo daquela planta selvagem em sopas, sobremesas e na confecção de queijo da Serra da Estrela.
A Confraria Gastronómica da Urtiga será formalizada em Maio, durante a realização das 4ºas Jornadas de Etnobotânica, organizadas pela Terras de Algodres – Associação de Promoção do Património de Fornos de Algodres.

De acordo com Manuel Paraíso, dinamizador do projecto e elemento da associação, “as jornadas irão decorrer entre 22 e 24 de Maio e a Confraria vai ser entronizada no dia 24”. Recordou que as jornadas já têm promovido aquela planta que cresce nos campos de forma espontânea, “através da realização de um jantar temático em torno da urtiga”.
Manuel Paraíso, que também é o presidente da Junta de Freguesia de Juncais, disse que a Confraria Gastronómica da Urtiga, a primeira a surgir no país, tem por objectivo “promover a urtiga enquanto mais-valia na gastronomia local e nas mais diversas utilizações”.

Referiu que a planta que nasce de forma selvagem nos campos, que tem o nome científico de «urtica dioica», também é utilizada “para fins medicinais, na produção de fibra têxtil e como fertilizante agrícola”.
Contou que a planta “já foi comida com regularidade mas a sua utilização para a alimentação caiu em desuso”, garantindo que habitantes do concelho “recordam-se de consumir sopas” feitas à base da planta selvagem.

Adiantou que a associação a que pertence “tem vindo a trabalhar na promoção da urtiga na gastronomia tradicional”. “Para além das sopas, já fizemos pão de urtigas e temos em fase de análise queijo Serra da Estrela que também leva urtigas”, contou.
Referiu tratar-se de uma planta “muito versátil, tem um sabor muito delicado que permite trabalhar para vários níveis, para sopas, pratos e até sobremesas”.


Segundo Manuel Paraíso, nas jornadas de Etnobotânica do ano passado “foi servido gelado de urtiga”, observou, assinalando que a planta “está desaproveitada e pode ser uma mais-valia” para as populações do concelho.
A título exemplificativo, referiu que na Alemanha a urtiga é usada “como elemento têxtil”, sendo cultivada para obter “fibra para confeccionar vestuário”, situação que também poderá verificar-se em Portugal, com o impulso da futura Confraria.
Manuel Paraíso adiantou que irão ser convidadas “entidades locais e personalidades” para integrarem a Confraria Gastronómica da Urtiga que terá a sua sede na vila de Fornos de Algodres.
As insígnias já estão definidas, o traje terá tons verdes e castanhos e o escudo tem uma folha de urtiga no símbolo.


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