As comissões de utentes das antigas Scut reunidas este sábado em Aveiro, convocaram para 1 de março um protesto nacional pelo fim das portagens que, alegam, empobrece as pessoas, as empresas e o Estado.
No encontro de Aveiro estiveram representadas comissões de utentes de oito distritos: Aveiro, Viseu, Porto, Viana do Castelo, Guarda, Vila Real, Castelo Branco e Santarém. Além da marcação do protesto para 1 de março, decidiram fazer contactos com utentes da região de Lisboa e do Algarve com o objetivo de estender a iniciativa também ao sul do país. «O protesto assumirá as formas que cada comissão de utentes entender: pode acontecer que não seja igual em todo o lado, mas será sempre feito na rua e em espaços públicos», disse à agência Lusa Francisco Almeida, em representação das comissões de utentes das A23/A24/A25. O objetivo assumido pelo movimento é o de «acabar globalmente com as portagens nas ex-Scut», porque têm impacto negativo para todo o país e Francisco Almeida explica porquê: «a cobrança de portagens nas ex-Scut só é benéfica para as concessionárias. O Estado aumentou-lhes as rendas quando introduziu as portagens. É mau para os cidadãos porque os empobrece, as empresas estão a degradar-se e há empresas e comércio a reduzir atividade e a dispensar pessoal». Além das rendas que paga, segundo as comissões de utentes, o Estado fica ainda a perder porque a medida está a atirar para o desemprego pessoas que contribuíam para a segurança social e pagavam impostos, o que deixam de o fazer, arrecadando o Estado menos receita, e aumentando os seus encargos sociais com o subsídio de desemprego. «A ideia que fica é a de que só ganhou com a introdução de portagens as concessionárias que são empresas ligadas ao setor financeiro, que estão a lucrar com isto», diz Francisco Almeida, chamando a atenção para que há situações em que «algumas cidades estão completamente cercadas de portagens por todos os lados». Dá como exemplo Aveiro, em que «até pequenas deslocações são já portajadas» e da Guarda, Lamego e Covilhã, de onde «ninguém consegue sair sem ser por uma estrada com portagem».