CGD dá gestor de conta e banca móvel a Almeida

Paulo Macedo dá um bónus à população de Almeida, sem recuar: em dias de pagamento de pensões e apoios sociais, haverá gestor de conta na terra. E cartão de débito.

A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) decidiu dar um pouco mais à população de Almeida, esperando assim travar os protestos contra o encerramento do balcão que marcaram as últimas semanas. Numa declaração ao PÚBLICO, fonte oficial da Caixa compromete-se a manter na localidade uma “solução de banca móvel”, mais um gestor de conta que dará apoio no pagamento de pensões e prestações sociais – dando até cartões de débito (grátis) e ensinando a população a usá-los.

Na última semana, e por duas ocasiões, a agência da CGD foi invadida pelos manifestantes. Primeiro, no dia 26 de Abril, por autarcas locais e por cidadãos, e, depois, no passado dia 2 de Maio, por dezenas de cidadãos. As iniciativas tinham como objectivo pressionar a administração do banco a recuar em relação ao fecho da agência.

Em declarações ao PÚBLICO, fonte oficial da CGD explica agora que “em dias a definir, a CGD terá presente em Almeida uma solução de banca móvel, uma vez licenciados pelas autoridades competentes as necessárias condições de segurança e termos de funcionamento”. E que os habitantes de Almeida terão à sua disposição, para além da prometida “uma área de banca automática”, um “gestor de conta da CGD”. Esta opção terá “carácter transitório, a definir em articulação com as autoridades locais”.

Transitório porque esse gestor de conta vai, na prática, pagar à população da cidade (mais idosa) as reformas e prestações sociais que recebiam no balcão, mas também ensiná-la a trabalhar com os meios mais “modernos”. Assim, diz a mesma fonte, “o gestor de conta CGD habilitará nesse momento os clientes com um cartão para movimentação das suas contas e apoiará a utilização do mesmo nos meios automáticos disponíveis. O cartão será disponibilizado gratuitamente ao cliente e permitirá aceder em segurança aos seus fundos, em levantamentos de numerário ou pagamentos automáticos.”
O que falta definir é o espaço em que esse atendimento será feito: “Os meios da CGD para a viabilização desta solução estarão operacionais assim que for disponibilizado pelas entidades locais um espaço com as necessárias condições de acessibilidade e segurança”, explica ainda a administração da Caixa ao PÚBLICO.

Como justificação para o fecho do balcão, a CGD apresentava os “cinco anos consecutivos de prejuízos e diminuição de actividade comercial e com um nível de movimentos de tesouraria muito abaixo da média na agência de Almeida”. O banco comprometia-se a assegurar “a prestação de serviços aos clientes e continuará presente no concelho de Almeida através da sua agência de Vilar Formoso, assegurando deste modo a presença em todos os concelhos em que vinha actuando”. A distância entre as duas localidades é pouco mais de 17 quilómetros.
O fecho em Almeida foi decidida no âmbito de um processo de reestruturação onde a CGD prevê encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas, e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em Março.


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