Várias centenas de pessoas assistiram este domingo, em Almeida, à recriação histórica de combates registados em 1810, durante o cerco da vila ocorrido na terceira Invasão Francesa.
Duzentos e três anos depois da guerra, portugueses e franceses voltaram a “combater” na praça-forte daquela vila fronteiriça, recriando os principais momentos do cerco que levou à capitulação da fortaleza militar a 28 de agosto de 1810. Participaram no evento, organizado pela Câmara Municipal de Almeida, cerca de 300 figurantes portugueses, espanhóis, franceses, belgas, holandeses e ingleses. O presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, fez para a agência Lusa um balanço positivo da iniciativa e lembrou que a Câmara Municipal pretende fazer do evento anual uma “marca” na região. As comemorações do cerco de Almeida começaram na sexta-feira e terminaram hoje, tendo incluído recriações históricas de batalhas, um seminário internacional sobre “Território, raia e fronteiras – sistema de fortificação”, um mercado oitocentista e animação noturna. Pelas contas de António Baptista Ribeiro durante os três dias terão passado pela vila «largos milhares de pessoas», que deram «um grande impulso para a economia local». «Nós queremos fazer deste evento uma marca, queremos trazer pessoas a Almeida e explicar a sua História», declarou. O presidente da Câmara Municipal referiu que o turismo é relevante para a economia local, por isso é importante «atrair pessoas» até ao concelho, sobretudo os vizinhos espanhóis. Paulo Amorim, diretor do museu militar e da direção do Grupo de Recriação Histórica de Almeida, fez parte da organização e na recriação da batalha hoje realizada, deu vida ao personagem do arsenal que tratava da logística no campo militar na época em que ocorreram as Invasões Francesas. O responsável mostrou-se satisfeito por, pelo nono ano consecutivo, Almeida fidelizar «muitos recriadores» nas comemorações do cerco da vila. «Há recriadores que não prescindem de vir a Almeida e isso também é muito importante para nós», observou Paulo Amorim. Quem assistiu à batalha «a fingir» disse à agência Lusa que gostou do que viu e que assistiu ao vivo a uma verdadeira “aula” de História. «Vi pela primeira vez e achei isto muito interessante», declarou Adelino Gonçalves, residente em Lisboa, que se encontra a passar férias na região de Almeida. O homem observou tratar-se de um evento de muito interesse para os mais jovens porque, assistindo, «podem fazer um bocadinho da ideia do que foram antigamente as Invasões Francesas». «Adorei. Acho fantástico, têm que continuar. É o segundo ano que venho ver e gostei imenso», disse Maria Araújo, residente na Guarda.