Mais de 80 candidatos às câmaras municipais avançam sem apoio de partidos às eleições autárquicas de 29 de setembro.
Até ao momento, 83 anunciaram a intenção de se candidatarem como independentes, mas têm de recolher assinaturas — consoante o número de eleitores do concelho — e formalizar a entrega das candidaturas até 5 de agosto no tribunal da comarca respetiva. Na sua maioria, são autarcas desavindos com os partidos por que foram eleitos antes. Em Matosinhos, a história de há quatro anos repete-se: em 2009, Narciso Miranda, ex-presidente da câmara eleito pelo PS avançou como independente contra a candidatura socialista de Guilherme Pinto. Nas próximas eleições autárquicas, o PS optou por candidatar o líder da concelhia, António Parada, e o atual presidente já anunciou que avançará sozinho. No Porto, o socialista Nuno Cardoso, que liderou o município entre 1999 e 2002, está a recolher as seis mil assinaturas necessárias para concorrer como independente nas eleições marcadas para 29 de setembro, depois de ter recusado o convite do PS para ser o candidato do partido à Câmara da Maia. É também no Porto que uma candidatura independente tem motivado mais polémica: o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, recebeu o apoio do CDS-PP, que quebrou a coligação com o PSD que elegeu Rui Rio durante três mandatos. Os sociais-democratas avançaram com Luís Filipe Menezes, antigo autarca de Vila Nova de Gaia, cuja candidatura foi impugnada devido à lei da limitação dos mandatos e está pendente da decisão do Tribunal da Relação. Em Sintra há outro caso de cisão: o atual vice-presidente da autarquia, Marco Almeida, decidiu candidatar-se sozinho, depois de o PSD ter optado por Pedro Pinto para suceder a Fernando Seara. Marco Almeida tem como candidato à presidência da Assembleia Municipal de Sintra o também social-democrata António Capucho, ex-autarca de Cascais e muito crítico da liderança de Pedro Passos Coelho. Em Aveiro, o atual autarca, Élio Maia vai avançar sozinho, depois de o PSD ter escolhido Ribau Esteves, que está a cumprir o terceiro mandato à frente da Câmara de Ílhavo. Dos candidatos independentes, sete conquistaram a presidência em 2009 — foram os casos de Oeiras, Alandroal, Amares, Estremoz, Redondo, Gondomar e Sines. Em Oeiras, o presidente Isaltino Morais foi eleito pelo movimento “Isaltino Oeiras Mais à Frente”. O autarca foi detido no início de abril, mas o vice-presidente da Câmara, Paulo Vistas, vai candidatar-se às eleições através do mesmo movimento. Em termos nacionais, Santarém é o distrito com mais candidaturas independentes (onze) — Almeirim (duas), Golegã, Alcanena, Sardoal, Santarém, Cartaxo, Tomar, Rio Maior, Ourém e Alpiarça). Segue-se o Porto, com nove candidatos: dois no Porto, em Vila Nova de Gaia e Marco de Canaveses e, ainda, Matosinhos, Amarante e Gondomar. No distrito de Lisboa, há sete candidaturas sem apoio dos partidos: duas em Cascais e em Sintra, e uma em Oeiras, em Torres Vedras e em Lisboa. O distrito de Braga também tem sete candidatos independentes: Vieira do Minho, Fafe, Terras de Bouro, Braga, Cabeceiras de Basto, Barcelos e Amares. Em Évora também há sete candidatos independentes — dois no Alandroal e em Vila Viçosa e um nos concelhos de Borba, do Redondo e de Estremoz. Faro tem seis candidatos independentes, no total, nos concelhos de Faro, Alcoutim, Lagos, Monchique, Loulé e Albufeira. Aveiro tem cinco candidatos independentes, em São João da Madeira, Anadia, Aveiro, Santa Maria da Feira e Estarreja. Também com cinco independentes surge o distrito de Leiria, com duas candidaturas na Marinha Grande e na Nazaré e uma nas Caldas da Rainha. Na Madeira, há quatro candidaturas independentes anunciadas: Ponta do Sol, São Vicente, Santa Cruz e Porto Santo. Em Setúbal, surgem duas candidaturas independentes em Grândola e uma em Sines e em Sesimbra. Em Castelo Branco há independentes em Oleiros, Idanha-a-Nova, Belmonte e Covilhã. No distrito de Viana do Castelo avançam sozinhos candidatos em Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira e Ponte da Barca. Em Vila Real há dois candidatos, em Chaves e Alijó, enquanto na Guarda há dois independentes. Em Coimbra, há igualmente dois candidatos sem apoio partidário, em Mira e em Coimbra. Também em Beja há dois candidatos, nos concelhos de Almodôvar e Beja. Em Portalegre há um candidato independente à presidência do município, tal como em Bragança. No mapa nacional, apenas no distrito de Viseu não existe, até ao momento, qualquer candidatura independente.