Segundo aquele autarca socialista, a situação financeira do município de Trancoso, que durante 28 anos foi presidido pelo PSD, é “complicada”, tendo o atual executivo herdado uma dívida que “rondaria os 22 milhões de euros” em 2013.
“Este ano conseguimos pagar dois milhões de euros sem qualquer recurso a empréstimo, apenas com as poupanças do município”, disse.
No entanto, de acordo com Amílcar Salvador, “ainda há uma herança muito pesada [que transitou do anterior executivo social-democrata liderado por Júlio Sarmento], que ronda neste momento cerca de 20 milhões de euros”.
Um dos aspetos da dívida que preocupa o atual autarca de Trancoso diz respeito a obras realizadas pela empresa PACETEG, SA, no âmbito de uma parceria público-privada, que representa encargos financeiros “muito significativos” para os cofres da autarquia.
“Também ainda não encontrámos uma solução para a questão da PACETEG”, explicou o responsável, adiantando à agência Lusa que é intenção do executivo que lidera “renegociar os custos da parceria”.
Amílcar Salvador avançou que a auditoria que está a ser realizada por uma entidade externa “contempla as contas a nível do município apenas do ano de 2012 e até setembro de 2013”, quando o atual executivo socialista tomou posse.
“Em termos da PACETEG [a auditoria financeira] tem a ver com os anos de 2010 e [de] 2011, aquando da constituição dessa parceria público-privada”, esclareceu.
O presidente da câmara de Trancoso referiu que os trabalhos da auditoria externa às contas do município “estão bastante adiantados”.
Os resultados poderão ser conhecidos no mês de abril, para quando está prevista a realização da próxima reunião da Assembleia Municipal de Trancoso, concluiu.