Câmara da Guarda empenhada na valorização do património judaico

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, anunciou hoje que a autarquia está empenhada em valorizar o legado judaico do centro histórico da cidade para atrair turistas e investigadores e dinamizar a economia local.

“Se a Guarda tem um centro histórico, tem traços muito claros da riqueza desse património judaico, nós não podemos desperdiçar mais esse elemento, mais essa questão, culturalmente tão rica, para atrairmos mais turismo, mais investigação, mais ciência, mais cultura”, disse o autarca social-democrata.

Álvaro Amaro, que falava aos jornalistas no final da sessão de abertura da terceira Conferência da Guarda sobre “Diálogos e conflitos – Judeus cristãos em terras de fronteira”, referiu que a aposta da autarquia no legado judaico permitirá atrair mais gente para a cidade e desenvolver a economia.

O município “está empenhado” em rentabilizar a herança judaica, sempre “em complementaridade com outros municípios à volta, que desenvolveram já bom trabalho neste domínio, que é um domínio que é de riqueza histórica, cultural, patrimonial” e que “pode ser, e deve ser, um elemento de atração turística”, justificou.

Referiu que a câmara está “a estudar” um plano de intervenção para que a antiga judiaria da Guarda, “que até aqui tem estado praticamente ao abandono”, tenha “um destaque que a História exige”.

Álvaro Amaro lamentou ainda que “tendo sido criada uma Rede das Judiarias, da qual o município da Guarda fez parte desde início, tenha sido dos poucos [municípios] que não apresentou sequer uma ideia, sequer um projeto”.

“E, como é sabido, há milhões de euros nessa rede para financiamento de projetos. Nós já escrevemos à Rede [das Judiarias] para dizer porque é que uma capital como a Guarda não teve sequer um projeto. Já perguntei porque é que foi. Ninguém me responde”, contou.

Adiantou que a autarquia tenciona recuperar algum do “tempo perdido” para “afirmar a Guarda como um dos polos importantes da riqueza patrimonial, histórica e cultural no domínio do judaísmo” e apresentar projetos candidatáveis a fundos comunitários.

“Acho absolutamente absurdo que a Guarda se tenha distraído nesse tempo em que, com financiamentos, bastaria apresentar os projetos”, desabafou.

A conferência sobre “Diálogos e conflitos – Judeus cristãos em terras de fronteira”, que termina na tarde de sexta-feira, tem cerca de 250 participantes inscritos, segundo a organização.

Durante a iniciativa, inserida nas comemorações do 816.º aniversário da Guarda, que se assinala na sexta-feira, serão abordados temas como “Relações entre judeus e cristãos na Idade Média”, “Interações artísticas entre judeus e cristãos em Portugal”, “Povoamento judaico no território da Diocese da Guarda durante a Idade Média”, entre outros.


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