O executivo da Câmara da Covilhã aprovou pela primeira vez as contas consolidadas do município, referentes a 2014. A lei obriga a que sejam incorporadas as empresas municipais no documento, tendo sido incluídas a ICOVI, o ADC – Águas da Covilhã, Parkurbis, Associação Parkurbis Incubação, Municípia e WRC. Também a Nova Covilhã, SRU, e a Sociedade Polis contribuem para o balanço, com o documento a passar na reunião do executivo por maioria, com os votos contra dos vereadores da oposição Pedro Farromba (Movimento Acreditar Covilhã) e José Pinto (CDU). Nelson Silva, vereador independente, absteve-se.
O processo de consolidação implica que a totalidade da gestão de cada empresa e não apenas a percentagem detida pelo município da Covilhã seja incluída no relatório. Assim, o endividamento de uma empresa municipal, na qual a autarquia tem apenas uma parte do capital social – de que é exemplo a AdC – está completamente refletido do documento que apresenta as contas consolidadas.
No final da reunião de sexta-feira, dia 19, que decorreu à porta fechada, Vítor Pereira não deu conta à imprensa dos números aprovados. Seriam divulgados através de uma nota da autarquia à imprensa, a meio da tarde, dando conta de que as dívidas a terceiros apresentam uma redução de 12 por cento face a 2013, ascendendo a sensivelmente 57,7 milhões de euros.
As dívidas a fornecedores apontam para um valor acima do milhão de euros, uma redução de 33 por cento, ainda de acordo com a Câmara da Covilhã; o total de dívidas a terceiros teve uma redução de 11 por cento (61,8 milhões de euros); fornecimentos e serviços externos (6,5 milhões), um valor próximo de 2013 e custos com pessoal na casa dos 6,1 milhões, também semelhante ao do ano comparado.
O presidente da autarquia destacou que “continua a haver rigor e tratamento atento em matéria económica e financeira das empresas municipais”. Vítor Pereira insistiu ainda na ideia que “que qualquer leitura que seja feita sobre estes resultados tem que ter em conta que está lá incluído o que é imputável aos nossos parceiros privados”, talvez antecipando aquilo que esperava da intervenção da oposição.
E quem falou aos jornalistas foi Pedro Farromba, que deu conta de números diferentes. As contas do representante do MAC são mesmo de tendência completamente oposta.
Dívidas a terceiros de médio e longo prazo: 71,2 milhões de euros, que corresponde a um aumento de 8 por cento face a 2013.
A dívida a “fornecedores aumentou de 245 milhões, de 1,5 milhões para 5,3”, que “o total de dívidas as terceiros (curto, médio e longo prazo subiu 18 por cento (81,7 milhões de euros); os encargos com fornecimentos e serviços externos cresceram 87 por cento, “onde se incluem serviços de outsourcing que permitiram a contratação de várias dezenas de pessoas”; os custos com pessoal subiram 39 por cento (8,6 milhões de euros), entre outros valores.
Pedro Farroba admite que “alguns dos números podem pecar por excesso”, mas acrescenta que “eles existem e são os atuais”, analisados com base naquilo que “foi cedido e analisado” na reunião de sexta-feira, dia 19.
O vereador do MAC disse ainda que propôs uma avaliação trimestral, para que sejam “melhor analisadas” as contas das empresas municipais.