Publicada em 1974, a obra Tempo e Poesia, integralmente reproduzida na primeira parte deste volume, constitui uma obra de referência, sendo considerada por Carlos Mendes de Sousa a mais importante obra sobre poesia alguma vez editada em Portugal. As restantes partes reúnem textos inéditos ou dispersos em jornais, revistas, prefácios ou incluídos em volumes coletivos.
Carlos Mendes de Sousa é professor na Universidade do Minho. Tem-se dedicado especialmente ao estudo da literatura brasileira e da poesia portuguesa moderna e contemporânea. Entre os seus trabalhos contam-se os livros O nascimento da música, A metáfora em Eugénio de Andrade e Clarice Lispector. Figuras da escrita (Grande Prémio de Ensaio da APE). É codiretor do Projeto das Obras Completas de Eduardo Lourenço (F. C. Gulbenkian), tendo organizada o III volume Tempo e Poesia.
Ainda no mesmo âmbito, dia 20, pelas 16 horas, Jorge Costa Lopes tratará numa conferência o tema: Eduardo Lourenço e Vergílio Ferreira: Heterodoxia, ortodoxias e existencialismo – A propósito do cinquentenário de Heterodoxia II (1967-2017).
A heterodoxia, as ortodoxias (catolicismo e marxismo) e o existencialismo constituem os eixos temáticos do livro Heterodoxia II de Eduardo Lourenço. Partindo da leitura que Vergílio Ferreira efetuou deste título marcante do ensaísmo de língua portuguesa, analisamos uma parte das marginalia que inseriu no seu exemplar de Heterodoxia II, em conjunto com o fascinante diálogo que os dois amigos travaram ao longo de mais de quatro décadas e uma brevíssima reflexão acerca da heterodoxia lourenciana.
Jorge Costa Lopes é Doutorado em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos pela FLUP. A sua dissertação, com o apoio de uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, incidiu sobre As Vozes do Silêncio – As Marginalia de Vergílio Ferreira nos livros de Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Eduardo Lourenço. Publicou vários ensaios e tem participado em várias conferências e publicado artigos e recensões em diferentes periódicos.