Bispo pede que se valorize a função da GNR no funeral de militar de Aguiar da Beira

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, também esteve no funeral de Carlos Caetano, de 29 anos.

O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança alertou ontem para o risco de futuramente “poucos ou nenhuns” quererem entrar na GNR e apelou a que se faça tudo para “valorizar social e economicamente” esta função.
Numa mensagem que enviou para ser lida no funeral do militar da GNR assassinado na madrugada de terça-feira, em Aguiar da Beira, Manuel Linda lamentou que, por um lado, se viva numa sociedade onde se mata “por dá cá esta palha” e, por outro, as forças de segurança sejam “ignoradas pela maioria, menosprezadas por muitos e até odiadas por alguns”.
“Delas se exige que a legalidade impere, mas quando as coisas correm com tranquilidade alguns acham que estão a mais”, sublinhou.
Na opinião do bispo, “esta mentalidade é perigosíssima a curto prazo”.
“Qualquer dia sujeitamo-nos a que poucos ou nenhuns queiram entrar nesta força de segurança, porque a dureza da vida é enorme, a exposição social incomoda e a compensação, concretamente o salário, é muito pequena”, considerou.
Por uma questão “não apenas social, mas mesmo moral”, apelou que se dê à GNR e às outras forças de segurança “os meios humanos e técnicos, os equipamentos e a formação sem os quais não podem afrontar o mal que cada vez mais parece ressurgir com mais intensidade”.
“E faça-se tudo para valorizar, social e economicamente, esta altruísta e nobre função de preservar a boa harmonia social, a paz, a liberdade e a legalidade”, pediu.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, esteve no funeral de Carlos Caetano, de 29 anos, realizado na capela de Quinta dos Cepos, em Aguiar da Beira, mas escusou-se a comentar aos jornalistas as palavras de Manuel Linda.
Carlos Caetano e um civil foram assassinados a tiro na madrugada de terça-feira em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, onde também um outro militar e uma civil ficaram feridos com gravidade.
Já durante a tarde do mesmo dia, na zona de Candal, em S. Pedro do Sul, um outro militar da GNR foi também ferido com uma arma de fogo.
Na sequência do tiroteio em Aguiar da Beira, a GNR montou uma operação policial que decorreu até ao final da tarde de quarta-feira, incidindo na zona entre os concelhos de S. Pedro do Sul (distrito de Viseu) e de Arouca (distrito de Aveiro).
A operação foi suspensa nessa zona, sendo desmobilizada grande parte dos meios, mas a GNR assegurou às populações a manutenção de militares a fazer policiamento de proximidade.

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