Autarcas apoiam vistos "gold" para promover o interior do país

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A ideia lançada na última reunião do Conselho Nacional do PSD, em Ansião, é bem acolhida pelos presidentes de câmara. A opinião é consensual. Palavras não chegam, é preciso passar aos atos rapidamente.

Os autarcas dos concelhos que podem vir a beneficiar dos vistos “gold” para o interior apoiam a ideia, mas querem vê-la para lá do papel. A TSF escutou a opinião de três autarcas que exigem uma estratégia coerente para atacar o problema da desertificação com rapidez.

A medida faz parte de um relatório com propostas de incentivo ao desenvolvimento dos territórios nacionais de baixa densidade demográfica, aprovado na última reunião do Conselho Nacional do PSD, que decorreu em Ansião, no passado domingo. No caso do interior do país, o visto “gold” tem como objetivo a criação de investimentos produtivos.

Rui Rocha, presidente da câmara de Ansião, no distrito de Leiria, apoia a atribuição de vistos “gold” para o interior. O autarca, eleito pelo PSD, sugere mesmo a criação de uma agência específica que trate de atrair investimentos para as zonas mais desertificadas. «Porque não haver uma agência que potencie ou capte investimento para estes territórios, que procure também apresentar oportunidades de investimento?» propõe Rui Rocha.

O autarca social-democrata elogia o seu partido por ter trazido para a agenda política este tema, mas pede que se passe rapidamente das palavras aos atos porque «o que é importante mesmo é efetivá-las (as medidas). Trazer para o território a sua aplicabilidade».

No ponto de vista do presidente da câmara de Mora, eleito pela CDU, só há uma forma de o interior ser atrativo para os empresários. Luis Simão de Matos propõe uma discriminação positiva para os que não escolhem o litoral para investir: «Enquanto o governo não encontrar verdadeiras medidas de discriminação positiva para que se instalem empresas no interior, então não há forma de se instalarem aqui pessoas. Não há forma de desenvolvimento do país».

Na opinião do socialista José Marques, presidente da câmara de Sabrosa, medidas avulsas não chegam. É preciso delinear uma estratégia global que acabe com os fatores negativos que estas regiões apresentam.

«Por um lado estamos a fazer a aposta dos vistos “gold”, mas por outro lado temos as portagens mais caras do país e temos situações que condicionam o investimento e a competitividade destes territórios».

Os vistos “gold” foram introduzidos por este Governo, em 2008. Paulo Portas, então ministro dos Negócios Estrangeiros, introduziu a medida que visa captar investimento estrangeiros para Portugal. O visto “gold” é atribuído a cidadãos que não nasceram em território da União Europeia, ou do espaço Schengen, que têm de cumprir uma série de requisitos para o obter. A aquisição de imóveis de valor mínimo de meio milhão de euros é um deles.

 


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