Ordem dos Médicos pede resolução com "urgência" para TAC da Guarda

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O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, exortou esta segumda-feira o Ministério da Saúde a resolver com “caráter de urgência” o encerramento do serviço de TAC do hospital da Guarda.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a SRCOM considera que a suspensão do serviço de tomografia axial computorizada (TAC) do Hospital Sousa Martins, que está encerrado desde sexta-feira, na sequência de uma alegada fuga de radiação, “está a prejudicar gravemente o atendimento aos utentes que acorrem àquela unidade hospitalar”.

A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda confirmou esta segunda-feira a existência de uma fuga de radiação no aparelho de TAC do hospital, mas afirmou tratar-se de uma situação que não oferece “perigosidade” para a saúde.

“De alerta, é, mas de perigosidade para a saúde, não me parece que seja”, afirmou hoje em conferência de imprensa o presidente do Conselho de Administração (CA) da ULS da Guarda.

O responsável explicou que logo que a situação foi conhecida, na sexta-feira, “por precaução”, foi encerrado o serviço de TAC e foi pedido a duas empresas que medissem as radiações. “Qualquer das empresas é unânime no alerta que junto ao vidro da observação [na janela de observação da sala de trabalho do técnico para a sala onde o doente está a realizar o exame] há, de facto, ali, uma radiação superior ao normal. Só aí, em mais nenhum local da sala”, disse.

No seguimento do alerta, o diretor clínico mandou encerrar temporariamente a sala, realizando-se apenas exames de TAC excecionais e todos os outros casos são efetuados numa unidade privada local, com quem a ULS/Guarda tem acordo.

O SRCOM emitiu um comunicado sobre o assunto, sublinhando o seu presidente, Carlos Cortes, que “o Ministério da Saúde tem de dar uma resposta rápida a este problema agudo e tem de dar o exemplo”.

“Numa remodelação onde foram gastos milhões de euros, é inadmissível que um vidro separador do equipamento de TAC deixe passar radiação. A saúde dos profissionais e dos utentes não deve ser alvo de poupança”, sublinha o responsável citado na nota.

A fonte sublinha ainda que “este não é um caso isolado: há relatos sobre a falta de manutenção de equipamentos ou a existência de equipamentos obsoletos. Urge travar o desinvestimento”.

Para Carlos Cortes, este caso “tem de ser investigado com celeridade e devem ser apuradas todas as responsabilidades dos dirigentes da ULS da Guarda, do qual o Hospital Sousa Martins faz parte”.


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