“O que eu aqui disse e é exatamente verdade é: cumprimos com o nosso compromisso, que era (…) reduzir as portagens para as viaturas ligeiras. Reduzimos mais para o transporte de mercadorias e ainda aumentámos mais o período do dia em que esse transporte de pesados pode beneficiar desses descontos”, afirmou Pedro Marques.
O governante falava aos jornalistas após João Logrado, diretor da empresa Olano Portugal, com sede na Guarda, ter defendido, na apresentação do plano de modernização do troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa e do projeto de concordância daquela via com a Linha da Beira Alta, mudanças nas portagens.
João Logrado disse que seria importante para a região que “fossem revistas e atualizadas” as portagens nas autoestradas A23 (Guarda-Torres Novas) e A25 (Aveiro-Vilar Formoso), que servem a região.
O empresário pediu uma solução que traga “portagens equilibradas” naquelas vias e também apelou a que a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda seja publicitada nas autoestradas.
Confrontado pelos jornalistas com o apelo do empresário, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas disse compreender “que as pessoas tenham essa legítima ambição [redução das portagens]”, mas assinalou que é compreensível “que todos os portugueses percebem que o país tem finanças públicas que têm de se manter equilibradas”.
“Nós cumprimos o nosso compromisso, apostámos particularmente em favorecer o transporte de mercadorias, o transporte de pesados também nessas autoestradas”, reforçou.
Questionado sobre quando ocorrerá uma análise da medida que foi implementada há menos de seis meses, respondeu que “as medidas são analisadas continuamente, mas nenhuma medida destas se analisa em meia dúzia de meses”.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP) disse aos jornalistas acreditar “sinceramente” que o Governo volte a baixar as portagens.
“Todos reconhecemos que o Governo baixou os 15% e um pouco mais para o transporte de pesados (…), mas se se prova, como parece provar-se (…) que iria haver uma cobrança maior porque ia haver uma maior utilização das autoestradas, então é de elementar justiça que se equacione voltar a baixar”, afirmou o autarca.
Álvaro Amaro frisou que isso seria importante para uma cidade como a Guarda, “onde a parte logística é um elemento essencial da economia” e “é, também, da mais elementar justiça que os próprios empresários peçam esse abaixamento das portagens” e que a autarquia a que preside também acompanha.
Sobre a obra de ferrovia hoje lançada na cidade, relacionada com a modernização do troço da Linha da Beira Baixa Guarda-Covilhã e a construção da concordância entre as duas linhas nas proximidades da cidade, afirmou que faz da Guarda uma “grande plataforma ferroviária”.