Segundo o major Pedro Gonçalves, relações públicas do Comando Territorial da GNR da Guarda, a formação, com um total de 25 horas, a realizar em parceria com a Associação Soltar os Sentidos (ASOS), decorrerá nos próximos quatro sábados (dia 26 de novembro, e dias 03, 10 e 17 de dezembro), nas instalações daquela unidade.
“Foi a ASOS, uma associação vocacionada para a Língua Gestual Portuguesa (LGP), que nos propôs uma formação para os miliares poderem contactar com pessoas com deficiências auditivas”, disse.
Referiu tratar-se de “um tema de todo o interesse” para a GNR, não só porque a formação dos militares “é essencial”, mas acima de tudo porque aquele Comando Territorial pretende “melhorar o serviço” que presta “junto deste grupo de pessoas diferentes e que têm algumas dificuldades de integração na sociedade”.
O major Pedro Gonçalves explicou à Lusa que numa primeira fase a formação é dirigida a 15 militares que prestam serviço na Secção de Programas Especiais (SPE) do Comando Territorial da Guarda, porque “serão aqueles que mais lidarão com este tipo de público-alvo”.
“[A formação] é mais direcionada para uma componente prática de providenciar aos militares habilitações que permitam uma comunicação básica em termos de LGP com as pessoas surdas e mudas. É uma componente teórica para perceberem algumas das características próprias deste grupo de pessoas”, disse.
O oficial relações públicas da GNR da Guarda adiantou que no distrito “não será hábito” os militares lidarem no dia-a-dia com casos que envolvem pessoas surdas ou mudas.
No entanto, explicou que quando há situações em que tal acontece, “quem tem que servir de elo de ligação entre a pessoa e o militar é alguém que saiba de LGP, que é, normalmente um familiar, uma vez que os militares não estão habilitados nesta matéria”.
Com a formação que vai ser ministrada nos próximos quatro sábados, com uma média de seis horas por cada um, a GNR procura dotar os seus elementos com as “ferramentas mínimas para permitir dizer ‘olá’, ?como está?’, e perceber, de uma forma muito básica, qual é a necessidade e a expectativa do cidadão” que estão a contactar.
Aos formandos, que normalmente no dia-a-dia contactam com idosos, crianças e vítimas específicas, serão ensinadas “expressões muito rudimentares” de LGP, sublinhou.
De acordo com o responsável, nos casos em que, por exemplo, uma pessoa muda recorre aos serviços da GNR, não se colocam problemas no atendimento porque, regra geral, vai sempre acompanhada de um familiar.
A GNR também possui o serviço “SMS-Segurança”, que permite a pessoas surdas ou com dificuldades auditivas enviar mensagens escritas em caso de emergência, lembra o major Pedro Gonçalves.
O serviço foi implementado em 2008 em parceria com a Federação Portuguesa das Associações de Surdos.