O debate, de âmbito nacional, intitulado “Que fazer com o país das aldeias?”, decorreu no auditório da Casa da Música de Bendada, por iniciativa da Câmara Municipal do Sabugal.
No encerramento dos trabalhos, o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, fez um resumo das conversas e referiu que, no futuro, é necessário “identificar aldeias com uma génese idêntica e que consigam especializar-se numa determinada função e conseguir fazer dessa função a marca”.
O autarca disse que é necessário ativar “polos de excelência rural, que podem ser desenvolvidos em cima de temáticas específicas”.
“Temos de encontrar as especializações e, depois, dinamizar esses polos”, referiu, dando o exemplo das Aldeias Históricas de Portugal, que “têm a sua estratégia devidamente definida em torno do património medieval”.
António Robalo também referiu a necessidade de debates desta natureza, sobre a temática específica de as aldeias continuarem a ser realizados no território nacional.
O debate juntou cerca de 150 especialistas em desenvolvimento e coesão territorial, autarcas, empresários e técnicos de marketing rural, de vários pontos do país.
O ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos, o antigo ministro da Economia, Augusto Mateus, a coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, o dirigente da organização Novos Povoadores, Frederico Lucas, e o presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), Pedro Cegonho, foram alguns dos oradores convidados.
O encontro teve por objetivo apontar soluções, caminhos e estratégias ganhadoras que voltem a colocar no mapa do desenvolvimento milhares de aldeias do país.
A aldeia de Bendada, onde a discussão decorreu, tem menos de 300 habitantes e, segundo os promotores, “é uma daquelas aldeias do interior que, estatisticamente, está condenada a desaparecer em poucos anos”, porque “não nascem crianças e os velhos estão a morrer”.