Câmara da Guarda reduz dívida municipal em 7,8 milhões de euros

A Câmara Municipal da Guarda aprovou hoje com os votos contra da oposição o relatório de contas de 2015, que aponta para uma redução da dívida total no valor de cerca de 7,8 milhões de euros.

Segundo o presidente da autarquia, Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP), as contas do ano passado “refletem a estabilidade financeira, a consolidação orçamental e uma perspetiva de esperança”.

“Na linha do que já aconteceu em 2014, no perímetro municipal, diminuímos em 2015 a dívida em cerca de 7,8 milhões de euros”, disse, durante a discussão do assunto.

Em termos de execução orçamental, o autarca referiu que foram verificadas “taxas acima dos 85% na despesa e [de] 90% na receita”.

“Tal facto traduz a gestão rigorosa que o município da Guarda fez ao longo deste ano, passando desde logo pela elaboração de um orçamento rigoroso e realista e culminando com os pagamentos a horas relativamente aos compromissos que assumiu, fazendo obediência à Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso”, justificou.

Segundo o relatório da autarquia a que a agência Lusa teve acesso, em termos de endividamento, o município da Guarda “entrou em equilíbrio financeiro durante o primeiro trimestre de 2015, passando a apresentar uma margem de 7.370.402 euros, face ao excesso que se verificava em 2014 no montante de 3.060.643 euros, tendo por referência o limite legal”.

Na reunião de hoje do executivo, Álvaro Amaro disse, em relação ao pagamento aos fornecedores, que em 2015 o prazo situava-se em 56 dias, face aos 216 dias que se verificavam no final de 2014.

O relatório de contas reflete ainda, segundo a autarquia, “uma inversão no valor dos Fundos Disponíveis de 2014 para 2015, já que, no início de 2014, os Fundos Disponíveis eram negativos em 6.544.528 euros e em dezembro de 2015 apresentam o valor positivo de 4.899.667 euros”.

Perante estes dados, o município assinala que “vê a sua situação melhorada ao nível da sua liquidez geral, da solvabilidade e da sua autonomia financeira”, concluindo que “se encontra com maior capacidade de resposta face a compromissos assumidos”.

Os dois vereadores do PS, Joaquim Carreira e Graça Cabral, votaram contra o relatório de contas de 2015.

“É nossa interpretação que a estratégia governativa deste executivo passa pelo aumento de impostos e, claramente, pelo aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)”, justificou Joaquim Carreira.

Para a oposição socialista, o executivo liderado por Álvaro Amaro “comporta-se como se fosse uma câmara que não estivesse endividada”.


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