Câmara da Covilhã aprova redução do preço da água

A Câmara Municipal da Covilhã vai reduzir o preço da água em 2017, medida que foi aprovada na passada sexta-feira por unanimidade na reunião de executivo, mas com críticas da oposição, que considerou a decisão “eleitoralista” e “aquém do necessário”.

Segundo o presidente da Câmara, Vítor Pereira, este novo tarifário apresenta uma poupança média na ordem de 30% para os consumidores domésticos, “valores brutalmente inferiores” aos que eram praticados.

Além disso, está prevista uma redução de 35% na tarifa de ligação do serviço, de 45% na tarifa de disponibilidade e ainda de 25% para as instituições particulares de solidariedade social e associações sem fins lucrativos.

De acordo com referido, será ainda aplicada uma diminuição de 50% para os consumidores abrangidos pela tarifa social, cujo número de beneficiários foi alargado e também passou a abranger as famílias numerosas.

Ao apresentar a proposta, Vítor Pereira referiu que a redução foi “arduamente negociada” com o parceiro privado e que tem a preocupação de cumprir o princípio da equidade, abrangendo cerca de 90% da população.

“Desde a primeira hora que fui contra este negócio ruinoso e ilegal [concessão de 49% da empresa Águas da Covilhã], mas o que fizemos foi negociar, com elevadíssimo sentido de responsabilidade, para podermos avançar com este abaixamento”, salientou.

O autarca deste município do distrito de Castelo Branco também rejeitou todas as acusações de eleitoralismo e explicou que a medida só não foi aplicada mais cedo porque a referida negociação tinha de ter em conta as “implicações financeiras, jurídicas e legais”.

Além disso, também vincou que desde o 25 de Abril de 1974 esta é a primeira redução do preço da água que será aplicada no concelho.

“A vossa questão é dor de cotovelo política, porque nunca ninguém em 40 anos de democracia baixou o preço da água na Covilhã”, disse, sublinhando ainda que não houve aumentos desde o início do mandato.

Os vereadores da oposição consideraram que a proposta é “curta”, por não abranger a componente do saneamento e por não incidir sobre todos os escalões.

“É uma redução para inglês ver e que só mexe no que tem menos impacto nas famílias, não intervindo no que toca ao saneamento”, apontou Pedro Farromba, eleito pelo Movimento Acreditar Covilhã.

O vereador classificou ainda o decréscimo como “poucochinho”, aquém das necessidades e “claramente eleitoralista”, dada a proximidade das eleições autárquicas.

Já o vereador da CDU, José Pinto, também disse que se não fossem as eleições se passaria mais um ano sem mudanças no preço e considerou que o município devia ter ido mais longe, aplicando reduções em todos os escalões e abrangendo a componente do saneamento e dos resíduos sólidos.

“O preço da água não é o problema maior, o maior é mesmo é a questão do saneamento. Mas naquilo que é chorudo continua sem se mexer”, referiu.

Apesar da troca de argumentos, todos os vereadores votaram a favor e justificaram que apesar de insuficiente sempre é preferível a redução em causa do que nada.


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