Serviços e indústria em queda numa união monetária onde já nem França e Alemanha se aguentam.
A atividade económica na zona euro afundou em março, sinalizando que o declínio da moeda única ainda está para durar. Mais: França e Alemanha, os dois motores da economia europeia, que até aqui vinham resistindo, dão cada vez mais sinais de estarem a fraquejar. Em março, a atividade comercial na economia gaulesa caiu mais do que em países com Itália e Espanha, por exemplo. «A recessão está a aprofundar-se outra vez, à medida que as empresas reportam que estão cada vez mais preocupadas com a crise de dívida e a instabilidade política na região», avançou à Reuters Chris Williamson, economista-chefe da Markit. Williamson comentava os mais recentes dados do indicador PMI de serviços da Markit para a zona euro, que recuou para 46,4 pontos em março, face aos 47,9 de fevereiro – foi a maior quebra em seis meses. O índice referente às novas encomendas à indústria também recuou de 46,3 para 45,1 pontos. E o indicador compósito da Markit, que agrega os dados dos serviços com os da indústria, caiu de 47,9 para 46,5 pontos no mês passado. E a quebra ainda nem incorpora o sentimento dos empresários após a situação no Chipre. «A indefinição das eleições em Itália foi citada recorrentemente como um fator-chave para o deteriorar do ‘outlook’ em março», afirmou Williamson, explicando que o resgate ao Chipre «pode muito bem sinalizar uma degradação adicional do sentimento das empresas na região [zona euro] em Abril». O economista-chefe da Markit frisou ainda que os dados negativos de França e Alemanha «sugerem que a única fonte de luz numa região deprimida está a desaparecer».
