Ataque a rebanho na Guarda revela urgência em meios de proteção

O Grupo Lobo, uma associação não-governamental, independente e sem fins lucrativos, defende a urgência na utilização de «antigos métodos» de proteção do gado, na sequência do ataque a um rebanho na zona da Guarda. Vários lobos terão atacado no domingo um rebanho numa propriedade agrícola de Granja do Jarmelo, Guarda, matando 20 ovelhas. Segundo o […]

O Grupo Lobo, uma associação não-governamental, independente e sem fins lucrativos, defende a urgência na utilização de «antigos métodos» de proteção do gado, na sequência do ataque a um rebanho na zona da Guarda.
Vários lobos terão atacado no domingo um rebanho numa propriedade agrícola de Granja do Jarmelo, Guarda, matando 20 ovelhas. Segundo o proprietário João Martins, o rebanho de 40 ovelhas estava no cercado, no campo. «Eu apercebi-me pelas 10 horas e, quando ia para lá [para o campo], foi avistado um lobo nas proximidades. Foi visto de relâmpago, numa clareira, mas não tenho dúvidas de que era um lobo», assegurou o agricultor à agência Lusa. O Grupo Lobo, «partindo do princípio que se tratou efetivamente de um ataque de lobos, não de cães vadios, algo que ainda vai ser verificado», emitiu esta quarta-feira um comunicado em que «lamenta o sucedido». A associação não-governamental reafirmou «a necessidade de, face ao regresso natural do lobo» à região, ser necessário «voltar a utilizar antigos métodos de proteção do gado, ainda empregues noutras zonas do país com bastante sucesso, sem esquecer a utilização de sistemas mais modernos». «Com o regresso natural deste predador à região da Guarda, os atritos tendem a aumentar, levando à necessidade de implementar formas corretas de maneio do gado, como seja o confinamento noturno, cercas que impeçam a entrada dos lobos e ainda a utilização de cães de gado eficazes», assinalou. A associação indicou que os meios de proteção referidos «já estão previstos, como condição para a atribuição de compensações definidas na Lei de Proteção do Lobo, em caso comprovado de ataque deste predador». O Grupo Lobo lembrou também que os afetados por prejuízos decorrentes de ataques de lobos devem reportar a situação «num prazo máximo de 48 horas, para que possam receber as indemnizações a que têm direito pelo prejuízo correspondente». Segundo a associação, a “Lei do Lobo”, que protege aquele animal, já data de 1988, verificando-se apenas «o regresso natural de um animal ameaçado de extinção que deve ser encarado com calma e recorrendo a métodos comprovados de minimização de prejuízos e conflitos, não a alarmismos contraproducentes». «É para isso que, ao longo dos próximos quatro anos, o Projeto LIFE MED-WOLF vai sensibilizar criadores e populações, divulgar e apoiar a utilização de técnicas de proteção e alertar todos para as hipóteses de convívio harmonioso entre o homem e o lobo», indicou. No âmbito do projeto serão aplicadas nos distritos da Guarda e de Castelo Branco «práticas correntes em comunidades ainda habituadas à presença do lobo, em prol de um meio ambiente mais equilibrado e propiciador de valências importantes, como o turismo».

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