Assembleia Municipal da Guarda aprova plano de saneamento financeiro

A Assembleia Municipal da Guarda aprovou hoje o plano de saneamento financeiro da autarquia e a contração de um empréstimo de médio e longo prazo, no valor de 12,9 milhões de euros, para pagamento de dívidas.

Os dois documentos foram aprovados por maioria durante a realização de uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal presidida por Fernando Carvalho Rodrigues. Durante a discussão dos temas, o presidente da autarquia, Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP), justificou que o executivo que lidera vai tentar, através do empréstimo bancário, fazer o saneamento financeiro da autarquia e “injetar esse dinheiro, particularmente, na economia local”. O empréstimo hoje autorizado, a realizar junto dos bancos BPI e BES, também permitirá renegociar a dívida do município com alguns dos credores, informou. “A nossa ideia é que possamos fazer esta injeção e tentar uma renegociação com a banca” relativamente a empréstimos em vigor, explicou o autarca aos deputados municipais, assumindo a necessidade de a autarquia voltar a ganhar credibilidade junto da economia local. O consultor da autarquia para as questões financeiras, Pedro Mota e Costa, prestou alguns esclarecimentos sobre os assuntos em análise e disse que em 31 de dezembro de 2013 o município da Guarda tinha uma dívida total de 51,8 milhões de euros, relativa à câmara e aos Serviços Municipalizados. Explicou que para a realização do saneamento financeiro foi delineado um plano, que vai vigorar durante os próximos 14 anos, prazo previsto para a autarquia recuperar a sua autonomia financeira. O município também podia recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), mas o seu presidente referiu que o fundo terá “regras muito duras” para as autarquias. “Não quer dizer que neste processo de saneamento financeiro os munícipes da Guarda não vão sentir o peso da herança [do executivo socialista anterior]”, alertou, embora assinale uma diferença: “o peso que vão sentir vai ser aquele que nós decidirmos”. O deputado do PS, Armando Reis, apontou que a decisão hoje tomada terá reflexos no aumento do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis e ao nível das tarifas de água, saneamento e resíduos sólidos. A mesma preocupação foi transmitida por Bruno Andrade, do BE, ao reconhecer que, “no final, quem paga é sempre o mesmo, é o contribuinte”. “Iremos ter certamente aumentos, menores por esta via de saneamento do que estaríamos obrigados pelo FAM”, realçou o presidente da Câmara da Guarda.


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