Assembleia Municipal da Guarda aprova moção sobre reforma do setor da água

A Assembleia Municipal da Guarda aprovou hoje uma moção, por maioria, que elogia a uniformização do preço da água e a instalação na cidade da sede da empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo.

O Governo concluiu este mês a reforma do setor das águas, que irá promover uma “harmonização tarifária” entre o interior e o litoral e que também inclui a localização da sede social da nova empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo na Guarda.

O deputado Pedro Nobre (PSD) apresentou hoje uma moção na Assembleia Municipal da Guarda, que foi aprovada por maioria, com quatro votos contra da CDU e do BE, que presta “total apoio e reconhecimento” à decisão tomada pelo Governo na reunião de Conselho de Ministros do passado dia 09.

“A uniformização do preço da água, no território português, é um ato de justiça, há muito reclamada por todos os habitantes desta região. Não faz sentido um guardense pagar três vezes mais por metro cúbico de água do que um habitante de Lisboa”, lê-se no documento.

O deputado também refere tratar-se de “uma medida de elementar justiça que já tardava muito e que este Governo teve a coragem de pôr em prática”.

O documento indica ainda que, “pela primeira vez, em muito tempo”, o concelho da Guarda “sente que está a ser tomada uma medida que assegura a coesão do território”.

“A alocação da sede das Águas de Lisboa e Vale do Tejo na cidade da Guarda é o exemplo dessa coesão territorial, há muito apregoada por muitos, mas que só agora se faz sentir”, sustenta a moção que será enviada ao primeiro-ministro e ao ministro do Ambiente.

A proposta de Pedro Nobre refere ainda que as medidas “demonstram grande coragem política por parte do Governo de Portugal, com especial destaque do senhor ministro do Ambiente, Engenheiro Jorge Moreira da Silva, que merece o reconhecimento por parte da Assembleia Municipal da Guarda”.

Carlos Canhoto, da CDU, disse que a sua bancada votou contra por considerar que o documento “não é mais do que o elogio a uma medida inaceitável”, que visa a privatização da água.

Marco Loureiro, da bancada do BE, disse que o voto contra foi pelo facto de considerar a moção “daquelas coisas que não tem por onde se pegue”.

“Eu queria louvar este ministro [do Ambiente] quando a água fosse mais barata para todos os portugueses e quando a luz [elétrica] fosse também mais barata”, justificou.

O deputado do PS João Pedro Borges disse que o partido não tem “qualquer problema em felicitar a vinda da sede da Águas de Lisboa e Vale do Tejo” para a Guarda, daí ter aprovado a moção social-democrata.

Na sessão da Assembleia Municipal, presidida por Carvalho Rodrigues (PSD/CDS-PP), foi ainda aprovada uma moção sobre o 41.º aniversário da Revolução de Abril, proposta pela CDU, e rejeitada outra sobre o funcionamento da Comissão de Proteção das Crianças e Jovens em Risco, apresentada pelo BE.


Conteúdo Recomendado