A obra faz parte da empreitada “Regeneração e Mobilidade Urbana do Vale do Cabroeiro”, orçada em cerca de 6 milhões de euros.
A proposta mereceu o voto favorável de 51 deputados das bancadas do movimento Pela Guarda, que governa a autarquia, PSD e PS, bem como dos presidentes de Junta.
Houve ainda 15 abstenções e nenhum voto contra.
O assunto foi abordado por Helena Saraiva, deputada do PSD, que alertou para a existência de um elevado número de expropriações litigiosas e quis saber como o município vai pagar.
“Desse montante, qual o valor para as indemnizações amigáveis e o que vai servir para pagar as expropriações decididas por via judicial, sendo que o custo destas só se saberá daqui a algum tempo”, questionou.
Por isso, Helena Saraiva disse recear que possa “haver surpresas daqui a algum tempo e um novo pedido de empréstimo para pagar os processos por litígio”.
Miguel Borges, deputado do PS, recordou que foi o Partido Socialista que, com a abstenção, viabilizou a aprovação este empréstimo.
“O PS é uma força responsável e que está a favor da Guarda”, afirmou, não sem antes questionar se a Câmara já fez “mais alguma coisa no Cabroeiro, porque havia dinheiro em tesouraria”.
Na resposta à deputada social-democrata, Sérgio Costa, presidente da Câmara da Guarda, revelou que “mais de 90% das expropriações estão para contencioso, mas a questão é que não podemos tomar posse administrativa dos terrenos sem pagar e depositar o dinheiro numa conta do tribunal”.
Já ao deputado socialista lembrou que o PS “chumbou duas vezes o empréstimo para a Variante dos Fs”.
Sérgio Costa acrescentou que, depois de aprovada pela Assembleia Municipal, o empréstimo vai ser contratualizado com a entidade bancária que ganhou o concurso público e depois vai para visto do Tribunal de Contas.
“Não sabemos quanto tempo lá vai demorar”, concluiu.
A Assembleia Municipal desta sexta-feira ficou marcada por uma altercação entre o deputado do PSD Ricardo Neves de Sousa e o presidente do município.
Isto porque o social-democrata afirmou, numa intervenção de balanço do mandato, que, ao longo dos últimos quatro anos liderados pelo independente Sérgio Costa, “surgiram denúncias de alegado favorecimento político em concurso, suspeitas de clientelismo e um ambiente laboral deteriorado”.
O autarca não gostou das insinuações e exigiu um pedido de desculpas do deputado, caso contrário avançaria com “uma queixa formal no tribunal”.
Ricardo Neves de Sousa não retirou o que disse.
Mais pacífica foi aprovação, por unanimidade, de um voto de louvor, apresentado pelo deputado Pedro Pinto (PS), a vários clubes e atletas da Guarda pelas “conquistas desportivas alcançadas nos últimos meses”.