Antigo lagar de Freches, Trancoso, transformado em Museu do Azeite

Um antigo lagar da aldeia de Freches, no concelho de Trancoso, reabre no domingo como Museu do Azeite para atrair visitantes e dinamizar a localidade.

Segundo António Fonseca, presidente da União de Freguesias de Freches e Torres, o edifício foi recuperado pela autarquia e mantém todos os equipamentos que eram utilizados no século passado para o fabrico de azeite.

“O lagar, que faz parte da Associação de Olivicultores de Freches, já não estava a laborar há mais de 20 anos e estava degradado. A junta fez um contrato de cedência do edifício por 20 anos e foi feita a sua recuperação na totalidade, incluindo as máquinas, transformando-o em Museu do Azeite”, explicou o autarca à agência Lusa.

O espaço museológico que vai ser inaugurado pelas 15h30 de domingo custou cerca de 220 mil euros e foi financiado a 60% pelo Programa de Desenvolvimento Rural (Proder).

António Fonseca explicou que a maquinaria do antigo lagar “fica a trabalhar”, mas não permite a produção de azeite, “porque não tem caldeira de água quente que fazia com que as prensas funcionassem”.

“O lagar que estava desativado tornou-se num museu agradável, conservando o que era antigo”, assinalou.

O projeto, que mostrará aos visitantes como era o antigo processo do fabrico do azeite, permite “preservar a memória” para as atuais e futuras gerações “saberem como se fazia o azeite antigamente”, disse.

“Há poucos lagares como este e preservar o legado do passado é sempre um bem”, admitiu o presidente da junta, lembrando que a aldeia de Freches possui outro lagar, mais moderno, propriedade de um particular.

O responsável acredita que o projeto é “uma mais-valia” para a localidade que dista nove quilómetros da cidade de Trancoso.

O edifício possui uma sala de receção para os visitantes, uma área com todos os equipamentos ligados à produção de azeite e uma zona dedicada à gastronomia onde poderão ser servidas as tradicionais lagaradas.

No futuro, a União de Freguesias de Freches e Torres admite criar “um restaurante para servir a lagarada à moda antiga” e uma área para venda de produtos locais.

António Fonseca acredita que o projeto museológico irá “ajudar a dinamizar” a aldeia de Freches e atrair visitantes, uma vez que a localidade “também tem uma ponte romana, muitas marcas judaicas nas casas e uma igreja do século XIX”, entre outro património histórico.

As visitas ao Museu do Azeite, que vão ser articuladas com o posto de turismo de Trancoso, serão gratuitas.

“Vai estar aberto todas as quartas-feiras de tarde e no segundo e quarto sábado de cada mês. Abrirá as portas, por marcação, aos alunos das escolas e a excursões”, adiantou o presidente da junta.

O azeite tem um “peso forte” na economia dos habitantes de Freches, garantindo o autarca que “praticamente cada pessoa” da terra “tem o seu olival”.


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