Álvaro Amaro pede medidas que coloquem alunos nas cidades do “arco do interior” do país

O presidente da Câmara da Guarda considerou esta quinta-feira que a política educativa é essencial para o desenvolvimento “harmonioso do território” e defendeu medidas que contribuam para o aumento do número de alunos do ensino superior no interior.

“Eu não me conformo com a ideia de que sendo tantas outras cidades, como a Guarda, educadoras, com professores de altíssimo gabarito, com cursos tecnologicamente reconhecidos, com cursos com uma qualificação igual aos de Lisboa e do Porto, que não seja possível, permitam-me a expressão, desviar, legitimamente desviar, muitos alunos para frequentar esses cursos em escolas destas cidades do chamado arco do interior”, afirmou Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP).

O autarca da Guarda falava ontem naquela cidade na sessão de abertura do VII Congresso Nacional da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras, que decorre até sábado, no Teatro Municipal local, com mais de 400 participantes, segundo a organização.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal da Guarda disse que para alterar o atual panorama “basta apenas coragem política, coisa que não tem havido nos últimos 30 anos em Portugal”.

Álvaro Amaro reafirmou a necessidade de serem diminuídos os ‘numerus clausus’ de cursos nas áreas metropolitanas de Lisboa ou do Porto para os alunos poderem frequentar os mesmos cursos em estabelecimentos de ensino superior do interior.

“Se houver esses incentivos, se houver coragem de estabelecer ‘numerus clausus’ adequados, se fizerem contas, se houver menos 10 ou 15 ou 20 mil alunos nestas duas áreas metropolitanas, não tem nenhum significado para a economia de Lisboa e do Porto (…) e tem um significado económico e equilibrado muito grande nas chamadas terras do arco do interior”, declarou para uma plateia composta essencialmente por professores e por profissionais do setor da educação.

O autarca da Guarda alertou ainda que pelas previsões apontadas pelas estimativas dos municípios do chamado “arco do interior”, que estão a rever as Cartas Educativas, nos próximos cinco anos todos vão perder alunos.

Deu o caso concreto da Guarda onde, se se confirmarem as previsões da equipa que está a rever a Carta Educativa, “perde 23% dos alunos que está hoje no setor educativo”.

Álvaro Amaro considera o cenário “terrível”, pois no seu município a diminuição de alunos, nos próximos cinco anos, pode rondar os 900 face à situação atual.

“E isto não é apenas uma preocupação para os profissionais, para os professores. Não. Tem que ser uma preocupação para todos aqueles que percebam (…) que estamos na presença de um setor que é uma alavanca importante para o desenvolvimento equilibrado do país”, rematou.

O programa do VII Congresso Nacional da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras conta com conferências de João Teixeira Lopes, Josep Maria Llop Torné, Fernando Catroga, Barreto Xavier, João Aidos, José Manuel de La Sota, entre outras individualidades de renome nacional e internacional.

O congresso, com o tema “Identicidades”, decorre até amanhã na cidade mais alta do país.

Pode aceder ao programa completo aqui, ou acompanhar o evento em direto.


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