Alunos de Arquitetura propõem projetos para a Malcata

O programa da Unidade Curricular Projeto I desafiou os estudantes a desenvolver projetos para uma zona de lazer da aldeia do concelho do Sabugal.

Os estudantes do primeiro ano do Mestrado Integrado em Arquitetura da Universidade da Beira Interior (UBI) tiveram, este semestre, a oportunidade desenvolver projetos que podem vir a ser construídos numa aldeia do Sabugal. Segundo a UBI, “o programa da Unidade Curricular (UC) Projeto I centrou-se na participação no concurso de ideias lançado pela Associação Malcata com Futuro (AMCF), da aldeia de Malcata, que tinha como objetivo encontrar ideias para uma zona de lazer a construir junto à albufeira do Sabugal.”

Os projetos foram desenvolvidos como elemento de avaliação da UC e, em paralelo, enquadraram-se na estratégia de colocar os alunos perante uma situação real, semelhante ao que encontrarão no futuro, enquanto profissionais.

“No Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA) proporcionamos aos alunos, sempre que possível, estas ligações com a comunidade, para que tenham contacto com o território onde irão intervir e percebam que o papel do arquiteto é trabalhar para as pessoas e, assim, tenham uma proximidade à realidade”, explica Inês Campos, docente do DECA. “Todos os projetos de arquitetura no DECA, de todos os anos, são em contexto real, ou seja, é dado aos alunos um terreno em contexto real para analisar e um programa concreto para desenvolver, embora seja mais desafiante e motivador ter um cliente real como foi o caso deste projeto. É importante que tenhamos mais oportunidades destas, para que, desde o início da sua formação, os alunos tenham de responder perante necessidades reais ”, acrescenta a responsável pela Unidade Curricular Projeto I, que foi leccionada ainda por Andreia Garcia, Filipe Lacerda Neto, Rogério Galante e Pedro Seixo Rodrigues.

Para a fase final do desafio lançado pela Associação Malcata Com Futuro e Junta de Freguesia local foram selecionadas 30 propostas das 54 que foram desenvolvidas durante o período letivo. Foi este conjunto que esteve em análise a 5 de junho, dia em que o júri selecionou os vencedores: Breno Cássio (1º), Júlia Araújo (2.º) e Ana Neto (3.º). Foram atribuídas menções honrosas a Maria Guimarães e Vanessa Teodoro. Segue-se agora uma exposição a realizar na localidade, para que os potenciais utilizadores também as conheçam.

“Os projetos são bastante interessantes. Com um pouco mais de desenvolvimento, dado serem alunos de primeiro ano e se tratar de um concurso de ideias, podem aproximar-se daquilo que é pretendido”, salienta Inês Campos.

A avaliação final foi feita por um júri que integrava docentes da UBI, elementos das entidades locais e, ainda, o arquiteto João Mendes Ribeiro, que elogiou as “propostas muito claras e afirmativas”, apesar de serem de alunos no início da formação. Considerou ainda o cruzamento do exercício académico com a realidade uma ideia “muito interessante”. De passagem pela UBI para participar numa aula-aberta, elogiou ainda o programa que serviu de base para as propostas, porque “potencia muito o lugar e o território”.

O concurso de ideias representou mais uma vertente da forte ligação que a UBI mantém com a região evolvente e o compromisso com o seu desenvolvimento. Desta vez, surgiu após uma parceria estabelecida com a AMCF, que viu na academia o parceiro ideal para aproveitar as potencialidades da sua localidade.

A ideia de criar um anfiteatro ao ar livre a partir das ideias dos estudantes de Arquitetura tem como objetivo “fazer com as pessoas tenham consciência da riqueza que existe, em termos de biodiversidade e em termos paisagísticos, através do aproveitamento do espelho de água”, explica José Escada da Costa, presidente da AMCF, que manifesta o desejo de ver a obra construída, assim que “se encontrem os apoios necessários”.

A avaliação dos trabalhos contou ainda com a presença da vereadora da Câmara do Sabugal, Sílvia Nabais. Agradada com o resultado final do concurso de ideias, destacou ainda importância da UBI para o desenvolvimento do município: “A UBI é um parceiro próximo e que trabalha connosco em várias áreas. Este foi um trabalho desenvolvido, sobretudo, por uma Associação em conjunto com uma Junta de Freguesia e nós temos de dar os parabéns pela iniciativa”.


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