Aluno da UBI premiado em festival de cinema

João Inácio, jovem de 26 anos, licenciado em Cinema e mestre em Design Multimédia pela Universidade da Beira Interior (UBI), viu o seu trabalho ser reconhecido no Arouca Film Festival.

Entre mais de 600 candidaturas, apenas 61 filmes passaram à fase seguinte e no final do competitivo processo de selecção, “A paixão do operário”, realizada pelo jovem conquistou o prémio do público.

A película, lançada em 2016, é um romance que conta a história de um operário que viveu uma grande paixão na cidade da Covilhã, no século passado, mostrando as características de uma época marcada pela indústria dos lanifícios.

Em conversa com o jovem realizador, João Inácio contou que “não estava, de todo, à espera desta premiação”, pois já tinha tentado levar o seu filme a vários festivais “e não foi aceite em nenhum”. O realizador explicou que as suas motivações para realizar este trabalho já são antigas, pois “sempre quis realizar um romance”, servindo também este como forma de divulgar o seu trabalho.

As dificuldades ao realizar este filme foram surgindo, no entanto foram essas mesmas dificuldades que “depois tornaram tudo mais fácil quando se melhoraram certos pontos- chave que favoreceram o trabalho”, segundo o autor. Se no senso comum, pudéssemos achar que por ter estudado e ser do interior, isto poderia constituir um entrave para a produção e realização de cinema, João Inácio refere exactamente o contrário: “Como há poucas pessoas a trabalhar no cinema, isto leva a que haja muitas ajudas para desenvolver o trabalho nesta área”. É claro que as dificuldades surgem, nomeadamente no que toca aos equipamentos, mas para João Inácio “é necessário ter uma boa percepção do que é bom e mau, para sabermos com o que podemos contar”.

Relativamente às mais-valias pessoais e profissionais que a obra trouxe, o realizador do filme premiado confessa que “agora as pessoas acreditam mais no meu trabalho, e poderão apoiar trabalhos futuros”. Se tivesse que descrever o seu filme em curtas palavras, diria que se trata de “uma composição poética do amor das máquinas”.

Em relação a projetos futuros, João Inácio está a trabalhar numa longa-metragem denominada “Mysteria e o feitiço da aldeia”, ideia muito impulsionada por este prémio. Este projeto tem como envolvência o local onde cresceu, a Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã.


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