"Alargamento da estrada Piornos - Manteigas é insustentável" considera EP

A Estradas de Portugal (EP) considerou hoje que o alargamento da plataforma da ER 338, que liga Piornos a Manteigas, na Serra da Estrela, é “ambientalmente inadequado e financeiramente insustentável”.

“Trata-se de uma estrada de montanha que se desenvolve ao longo do vale glaciar, onde se torna muito difícil, ambientalmente inadequado e financeiramente insustentável, qualquer cenário de alargamento da plataforma, face ao terreno acidentado e ao cenário geológico de elevada instabilidade que é atravessado”, refere a EP em comunicado enviado à agência Lusa.

Na nota, a empresa explica que a estrada, com cerca de 12 quilómetros, localizada em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, “requer um especial tratamento”, uma vez que está inserida numa paisagem envolvente com “características ambientais únicas” no país.

“A atual via está devidamente dimensionada e responde com boa eficácia ao nível de procura de tráfego. No entanto, requer agora uma intervenção de reabilitação principalmente ao nível do pavimento”, sustenta.

O presidente da Câmara Municipal de Manteigas, José Manuel Biscaia (PSD), está contra a intervenção em curso, reclamando a sua devida “requalificação”, tendo em conta que a solução “não é adequada para Manteigas, nem para o seu desenvolvimento”.

A EP refere na nota enviada à Lusa que “os trabalhos a executar consistem na renovação do pavimento em toda a extensão, melhoria do sistema de drenagem da estrada, reparação e colocação de nova sinalização horizontal e vertical e a reconstrução de muros em diversos locais ao longo do troço”.

A obra, iniciada na semana passada, representa um investimento de 947 mil euros e tem como objetivo “a melhoria das condições de conforto e segurança na circulação nesta estrada”, sustenta a fonte.

A empresa refere que naquela estrada circulam, em tráfego médio diário, cerca de 630 veículos, sendo que destes apenas 4% são pesados.

“A estrada apresenta sinais de evidente degradação e o seu nível de qualidade situa-se nos 1,45 – piso mau, contra uma média de qualidade nas estradas nacionais de 2,9 – piso razoável/bom”, explica a EP.

Aponta ainda que a intervenção estava anunciada há muito no plano de Proximidade da EP e que para a execução da obra em segurança, é “imprescindível” que esta decorra agora em período de verão e que se proceda ao corte permanente do trânsito automóvel durante a sua realização.

“Relembramos que desde o passado dia 27 de maio, e por um período estimado de quatro meses, está suprimida a circulação automóvel na ER338 entre Piornos e Manteigas”, conclui.


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