Reflorestação de zona atingida pelas chamasA URZE – Associação Florestal da Encosta da Serra da Estrela, com sede em Gouveia, associou-se às comemorações do primeiro Centenário da República, de uma forma simbólica, dando início à reflorestação de zonas atingidas pelos fogos florestais que este ano lavraram na Serra da Estrela.
No dia 5 de Outubro, cerca de 100 associados da URZE e convidados juntaram-se para tornar a zona da Serra mais verde, com a plantação de árvores num terreno pertencente à Santa Casa de Misericórdia de Gouveia, a quem compete a manutenção e limpeza do local. Entre os participantes estiveram o provedor da Santa Casada Misericórdia, António Maia, e um representante da Autoridade Florestal Nacional (AFN), António Borges.
O simbolismo conferido a esta acção, além de demonstrar a importância do associativismo na sociedade actual, alertou ainda para o flagelo causado pelos incêndios florestais que atingiram os concelhos de Gouveia e Seia.
O presidente da URZE salienta que “não podemos cruzar os braços”. “Fomos este ano, uma vez mais, vitimados pelos incêndios florestais. Determinados na recuperação do território, escolhemos um terreno que foi fustigado pelos incêndios e pertencente a uma associação, para dizermos: não podemos cruzar os braços!”, reforçou José Mota. Esta determinação da URZE na sensibilização dos cidadãos para a reflorestação da Serra da Estrela “vem também no seguimento dos ideais e da ética republicana, que muito contribuíram para o culto da árvore, para a importância da preservação do meio ambiente e para a formação de associações de carácter cooperativo e mutualista”.
Iniciativa “original em todo o País”
No terreno da Santa Casa da Misericórdia de Gouveia foram plantadas cerca de 250 árvores. A maioria das árvores são carvalhos, pois, para a URZE, esta espécie simboliza (tal como a República) “o desejo de longevidade e esperança num futuro melhor, tanto para Gouveia, como para todo o País”.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia elogiou e destacou a importância do trabalho levado a cabo pela URZE na preservação da floresta, acrescentando que “só com o conjugar de esforços entre todas as instituições e colectividades é possível fazer mais e melhor pela nossa terra”.
O papel dinamizador e pró-activo da mesma Associação foram ainda sublinhados por António Borges, representante da AFN, que considerou a iniciativa “original em todo o País”, deixando, no entanto, uma chamada de atenção para os proprietários: “não podem estar só a pensar no que lhes é dado no que toca a subsídios, têm de pensar também em investir e dinamizar a floresta”, de forma consciente e em conjunto com associações.
Na ocasião, o representante da AFN referiu ainda que a rede primária em Gouveia e Seia vai ser implementada brevemente.