O valor de um bem, seja um imóvel ou outro, é o seu valor no mercado; o valor que os outros estão dispostos a despender para o adquirirem e tornarem seu. Ou seja, uma avaliação justa é aquela que se aproxima da média do mercado pare esse mesmo bem. Obviamente que o valor dos bens […]

O valor de um bem, seja um imóvel ou outro, é o seu valor no mercado; o valor que os outros estão dispostos a despender para o adquirirem e tornarem seu. Ou seja, uma avaliação justa é aquela que se aproxima da média do mercado pare esse mesmo bem. Obviamente que o valor dos bens móveis é de mais fácil cálculo, pois o seu valor não depende tanto da localização como uma casa, por exemplo.

Normalmente, se atendermos às últimas 3 décadas, o imobiliário no geral valorizou e constituiu um bom investimento para muitas famílias que apostaram na aquisição de casa própria. Essa valorização notou-se sobretudo no litoral e nas grandes cidades, onde a procura pressiona os preços para patamares superiores. Mas assim não foi em todo o país. Em muitas localidades do interior não se verificou essa valorização expectável, registando-se antes uma desvalorização dos investimentos em imóveis.

Num evento público recente, um empresário da hotelaria da capital do distrito, salientava que a desvalorização dos ativos era um grande problema, pois quem investiu um determinado valor teria perdido metade do investimento, o que se comprova pelo valor que os bancos atribuem em hipoteca sobre os imóveis, quando o empresário precisa de recorrer a financiamento bancário, ao passo que em Lisboa, por exemplo, se verificava uma valorização significativa.

É verdade que muitas localidades conseguiram fixar populações e atrair investimentos que evitaram a quase fatal desvalorização dos ativos, porque alavancaram investimento privado, aproveitaram todas as oportunidades, captaram cofinanciamento comunitário e geraram empregabilidade que determinou investimentos em casas por exemplo.

No início deste século, por exemplo, em várias vilas da nossa região viveu-se um momento de alguma procura, com novos loteamentos privados e públicos e aquisições por muitos casais jovens que optaram por viver no interior e por aí terem encontrado uma oportunidade de trabalho.

Se na primeira década do século não ocorreram grandes valorizações das casas, pelo menos não se depreciaram significativamente, já hoje não poderemos dizer o mesmo. Se o fluxo da procura se afunilar ainda mais, como parece estar a acontecer, até não existir qualquer compra e venda de propriedade, por não existirem novos casais que delas necessitem, então os respetivos preços vão caindo, acompanhando a desvalorização dos ativos. E as pessoas, embora tenham esses ativos, sabem que as suas casas poderão estar a desvalorizar de forma galopante, o que é preocupante. Entendemos bem as preocupações daquele empresário…