É por isso um tempo de reflexões, de nostalgias e de regressos ao interior de cada um de nós.

Caros dias pequenos,

Ainda mal acordámos para o dia e já começa a escurecer. Dizem que é assim até ao Natal. As noites agigantam-se até àquela noite especial. Depois, começarão os dias a crescer.

No entretanto, os dias parecem tristes e o sol só de quando em quando se mostra para vitaminar as nossas vidas.

É por isso um tempo de reflexões, de nostalgias e de regressos ao interior de cada um de nós. Pelo meio algumas depressões; sobretudo se não perseguirmos o sol de inverno e capturarmos um pouco da sua mágica energia.

Uma vez uma médica – em quem muito confio – disse-me que os idosos, e toda a gente, deveria apanhar pelo menos 20 minutos de sol por dia, nem que fosse na palma da mão. Com essa terapia resolver-se-iam alguns problemas de saúde.

Este outono, quase inverno, que nas terras altas a passagem do verão faz-se logo para o inverno, poderia levar-nos a pensar no que pode ser feito para melhorar a vida dos vindouros destes duros territórios. Duros e resilientes!

Falar de portagens de 4 em 4 anos, ou do aumento dos combustíveis (a nós que temos mesmo de os usar para contrariar o frio ou a ausência de transportes públicos), ou falar do repovoamento necessário para os nossos territórios, ou das empresas e serviços que se vão daqui e levam os poucos que resistem, pode ainda levar a maiores depressões.

Mas, como em tudo na vida, há raios de sol no inverno, como há oásis no deserto, e o orgulho interior de sermos do interior mas não inferior, vem ao de cima quando vemos valorizado o fruto do trabalho dos nossos agricultores.

A promoção do vinho e dos demais sabores interiores que alguns teimam em fazer profissionalmente, está a dar os seus frutos e faz grandes os dias pequenos deste outono-quase-inverno. Parabéns a quem não desiste!