“Natureza”, poema da minha autoria que espelha e reforça a necessidade de salvar o Ambiente.

Abraço-te com enorme comprometimento
Tu és o bem-querer que procuram saquear sem o mínimo discernimento
Conheces o sol, e todas as melodias do vento e da chuva
O nosso amor é imortal e essa circunstância assenta-nos como uma luva.

Observo o rio e a montanha, locais onde me quero aventurar
Escuto o brado do luar e o impulso a murmurar
Desejo compreender tudo aquilo que me rodeia
Acredito que os lugares destruídos podem reflorescer e fragmentar a cadeia.

A cidade está inundada de palavras sem honra e de contextos de injúria
As ruas são coloridas em tons de sangue e fúria
Desfilam sentimentos desertos e afeições de reduzida beleza
Embebidos em haveres imundos, cinismo, morte e fraqueza.

Quem defenderá os fundamentos do mal e a razão do capital
Quem vai edificar a ponte entre o conflito original e o conflito essencial
Quem reage à desordem económica, ao despotismo, à destruição ambiental e à inverdade
Quando é que morre a saudade e germina a racionalidade?

Quem vai ser flagelado ou alvejado
Quem vai dar satisfações num presente poluído e indesejado
Quem vai continuar a ouvir as canções descompassadas
Quem vai ganhar por viver em águas pútridas e paisagens embaçadas?

Cogitei em indivíduos destruídos, tristes, demolidos e desarmados que se encontravam em cima de um palco maculado e pálido
A vida que os homens idealizaram está morta, é tempo de recuperar e abandonar o caminho contaminado e preocupantemente cálido
Conjuntura que desguarnece tantas existências
Raiva derramada no pano das incongruências.

Existem árvores de ramos pacientes e de folhas perseverantes
Difícil tranquilizar a hidrofobia que desfila no âmago das perturbações angustiantes
Na vida é tudo tão veloz e passageiro
Com os ecos da reminiscência pretendo completar o vazio, despoluir o mundo e não ser apenas mensageiro.