Sou apaixonada pelo Espaço. Aeronaves, satélites e telescópios fascinam-me. Voei pela primeira vez, em 2017, num A320. Os momentos de descolagem e aterragem encantam-me. O atrito proveniente do ar. A adrenalina aquando da existência de turbulência. O movimento dos flaps e ailerons. A envergadura das asas. O formato dos winglets. A imponente fuselagem. Em criança, rabisquei o sistema solar. Fiz um rocket com cartão comercial e fita-cola. Imprimi imagens do Sol e fixei-as na parede do quarto. Ficou sem parede visível. Tantas recordações. As noites ao luar e a relva humedecida. Interpretar as estrelas e as constelações do céu. A volatilidade do Espaço. O magnetismo do desconhecido. A exploração espacial que me seduz. Construir foguetões, cápsulas e vaivéns espaciais. O desejo de conquistar mais conhecimento. A curiosidade e a criatividade de mãos dadas. Colonizar o planeta Marte. Desenvolver sistemas propulsivos. Aperfeiçoar superfícies aerodinâmicas. Fortalecer materiais de baixa densidade. Voos extremamente velozes e seguros. Alcançar a velocidade da luz. Ir da Terra até Saturno. Construir um hangar na órbitra terrestre ou na superfície lunar. Viver na lua, conceções arrebatadoras e delirantes. Talvez ideias singulares. A importância de sonhar, de sorrir e de realizar. A utopia possível de concretizar. Diluir a restrição espacial vigente. Pensamento intrépido. O Espaço é já ali.
Texto em prosa poética, da autoria da minha filha (Beatriz Gonçalves), inserido no Volume XV da Antologia “Entre o Sono e o Sonho”, da Chiado Books.