Nesse ano, que é já “amanhã”, muitas das vilas e cidades do interior estarão reduzidas a meros pontos no mapa da demografia, sem pessoas, mercado, serviços ou investimentos.

Somos atualmente 10,361 Milhões. Perdemos mais de 200 mil habitantes numa só década; praticamente os habitantes da nossa segunda maior cidade: Porto.


Agora será sempre a cair até chegarmos aos 8 Milhões em 2050. Nessa altura, mais de metade da população viverá nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto (como já hoje quase acontece).


Nesse ano, que é já “amanhã”, muitas das vilas e cidades do interior estarão reduzidas a meros pontos no mapa da demografia, sem pessoas, mercado, serviços ou investimentos.


Muitas vilas já hoje não têm nascimentos que garantam uma só turma escolar daqui 4/5 anos; e a natalidade está em forte queda nestes territórios, que vão ter ruas inteiras sem habitantes, como já começa a acontecer nas nossas aldeias.


As tendências demográficas são lentas e muito difíceis de inverter. Qualquer política pública que venha a ser desenhada e implementada, apenas mitigará o problema; tão grande ele se apresenta, que parece ser uma inevitabilidade.


Verdade que nesse ano de 2050 o mundo terá muito mais habitantes. Falta saber o quanto seremos atrativos para acolher os dois milhões que vamos naturalmente perder, e, caso eles procurem o nosso país, quantos deles não vão querer ficar no litoral…


Até lá, torna-se importante também conseguir reter massa crítica que vai faltar um pouco por todo o lado, territorialmente falando, e por todas as organizações, sejam públicas ou privadas.


Mas nada disto será fácil, daí que pareça inevitável este posicionamento minimalista de perdermos 2 milhões de habitantes numa só geração. Não sei se já algum país viveu tal experiência em contexto de paz; mas estamos a falar de perdermos 20% da população…