O nosso Distrito, como a maior parte dos territórios do interior está em severa perda populacional de cerca de 12% em cada 10 anos. É um valor elevado sim. Muito elevado e de difícil – ou mesmo impossível – correção. Esta perda, que presentemente é de aproximadamente menos 6 pessoas por dia, tem reflexos em […]

O nosso Distrito, como a maior parte dos territórios do interior está em severa perda populacional de cerca de 12% em cada 10 anos. É um valor elevado sim. Muito elevado e de difícil – ou mesmo impossível – correção.

Esta perda, que presentemente é de aproximadamente menos 6 pessoas por dia, tem reflexos em muitas áreas, do comércio à criação de riqueza, passando pelas escolas e pelos serviços públicos, que têm menos procura e consequentemente maior risco de encerramento.

Perdendo população perdemos também movimento e atratibilidade e, também, representantes políticos. As Freguesias agregam-se inevitavelmente, as Câmaras Municipais perdem vereadores e o Distrito perde deputados.

No momento presente, a Guarda tem 4 deputados representantes na Assembleia da República e já nas próximas eleições legislativas de 2019, passará a eleger apenas 3 deputados, sendo crível que o resultado final fique em 2 para o partido mais votado e 1 para o segundo partido. O método de Hondt ditará esse resultado (atualmente é 2 – 2).

E esse deputado que a Guarda perde, irá ser ganho pelo círculo de Lisboa. Já antes aconteceu (recentemente Santarém perdeu um deputado para Setúbal). Com menos representantes, diminui a importância das reivindicações, e passará a ser ainda mais difícil apresentar argumentos em defesa do interior.

Mais, o partido que perder as eleições, e que fique só com um deputado, pode mesmo ficar sem representação nenhuma, pois é comum que os cabeças de lista sejam “figuras nacionais” dos partidos.

São tempos difíceis para a representatividade das populações dos territórios demograficamente fragilizados.