O distrito da Guarda não terá hoje mais de 160 mil habitantes e em cada ano perde cerca de 1800 pessoas por ano.

É como se em cada ano que passa se apagasse por completo uma Vila, ou um grupo de Aldeias, tornando tudo muito mais difícil, tornando os negócios inviáveis e afastando os novos investimentos, por não serem aqui viáveis. Se as perdas fossem concentradas num concelho, era como se em cada ano se apagassem completamente vilas como a Meda, Almeida, Figueira, Aguiar, Fornos, Manteigas, Gonçalo… Etc etc. Em cada ano desaparece uma delas em termos absolutos. Claro que não o notamos tanto, porque a perda acontece um pouco por todo o território e não concentrada num só Concelho. Mas acontece, verdadeiramente! A Demografia não se muda num dia! Vai demorar gerações a estabelecer um novo paradigma. Até lá, vamos sendo cada vez menos, muito menos. Trágico! A grande questão é: Como inverter esta situação ? À média de nascimentos atual, cerca de 650 por ano, e se ninguém for embora do Distrito (a emigração é e vai continuar a ser uma realidade), daqui a 50 anos estaremos por cá apenas um considerável grupo de 45 mil idosos e pouco mais de 30 mil pessoas com idade inferior a 50 anos. Ou seja, todo o Distrito passa a ter a dimensão de uma cidade média. Ou metade da população atual… Ora, se já agora estamos despovoados, imaginem o que aí vem, com a redução de mais de 10% de população em cada década… Acresce, que nos territórios mais distantes da Capital de Distrito, e mais “interiorizados” será ainda mais difícil a situação, surgindo mais cedo esses efeitos da insustentabilidade dos territórios pelo “sismo demográfico” . Políticas públicas que contrariem estes factos, são muito poucas ou quase nenhumas, tirando algumas -poucas mesmo – iniciativas autárquicas, e todos sabemos que a Demografia regista sempre uma tendência muito difícil de alterar. São lentas as alterações… As medidas que se tomarem agora poderão afetar apenas a geração seguinte e já não resolverão os problemas do nosso tempo. Atento este cenário, vamos inevitavelmente perder autonomia, perder escolas, serviços, negócios e economia local, não porque os governos os retirem, mas porque simplesmente não haverá procura para os mesmos, acabando por fechar naturalmente. Por muito que achemos que assim não será, vai ser!…